Giralda - Foto Turismo de Sevilha
Giralda de Sevilha reabilitada em todo o seu esplendor
A Giralda, a emblemática torre sineira da Catedral de Santa María na cidade de Sevilha, em Espanha, está como nova.
Depois de intensos e pormenorizados trabalhos de restauro que se prolongaram durante anos, a Kalam, uma das empresas de reputação mundial nesta exigente vertente do sector da construção, deu por concluído o trabalho das quatros fachadas do monumento, poucos dias antes da semana santa, cuja celebração na capital da Região da Andaluzia é celebrada com grande magnificência.
O trabalho da Kalam, assente num profundo trabalho de investigação e documentação, que contou com o apoio e a supervisão contínua do Comité de Especialistas de La Giralda e a direcção do arquitecto Eduardo Martinez Moya foi promovido pelo Cabildo Catedral de Sevilha. O resultado final mereceu a distinção pelos Prémios Hispania Nostra para as melhores práticas na conservação do património cultural e natural, que, após 12 anos, se tornaram os prémios de referência no domínio do património cultural e natural no país vizinho.
O júri, depois de analisar o grande número de candidaturas apresentadas salienta a importância do restauro deste ícone do património de Espanha e avaliou como muito positiva a decisão do Cabido da Catedral de Sevilha de realizar os trabalhos com o mínimo de afetação visual ao monumento, tendo em conta a importância social, o cuidado com os vizinhos, bem como a sensibilidade para com os milhões de visitantes que a cidade recebe todos os anos. Isto levou a uma intervenção "cara a cara", em vez de uma intervenção global sobre a torre no seu conjunto, assumindo as dificuldades acrescidas e os custos excessivos. Desta forma, a Giralda pôde ser vista nos seus três quartos durante toda a intervenção e, além disso, durante a Semana Santa, sem andaimes, para poder mostrar toda a sua grandeza.
A qualidade do trabalho técnico e a coordenação bem sucedida de uma importante equipa multidisciplinar, composta por especialistas de diferentes áreas e ofícios, foram igualmente elogiadas. O Conselho Europeu valoriza ainda a melhoria da acessibilidade à torre e os esforços de informação e comunicação efectuados durante a execução dos trabalhos, favorecendo assim a compreensão do processo.
Uma história secular
Tal como a ause generalidade dos monumentos muito antigos, a Giralda é um misto de várias intervenções aos longo dos séulos. A parte inferior da torre corresponde ao minarete da antiga mesquita da cidade, que data do final do século XII, no período almóada, enquanto a parte superior é uma construção que foi acrescentada no século XVI, no período cristão, para albergar os sinos. No cimo da torre encontra-se uma estátua de bronze representando o Triunfo da Fé, que serve de catavento, o Giraldillo.
Actualmente com os seus 94,69 m de altura, a Giralda tornou-se o simbolo icónico da cidade andaluza de Sevilha.
Em 29 de Dezembro de 1928, toda a catedral, incluindo a Giralda, foi declarada Monumento Nacional. Em 1987, o Alcázar, o Arquivo das Índias e a catedral, com a sua torre, foram declarados Património da Humanidade.
Uma reabilitação que se prolongou por 7 anos
A djudicada a obra de reabilitação à Klam pelo Cabildo de Sevilha, em 2017, começaram os trabalhos na Face Oeste na torre sineira, avançando nos dois anos consecutivos com as Faces Sul e Este, respectivamente, e após uma pausa devido à pandemia de Covid-19, foram retomados em Abril de 2023, tendo a última das faces, a Face Norte, sido concluída em Março deste ano.
O importante trabalho de investigação e documentação foi exaustivo, resultando na identificação e localização de restos de rebocos e cromáticos, técnicas construtivas, estudos geométricos das formas dos panos de “sebka” ou grafismos nos seus fundos, entre muitos outros aspectos relevantes.
A intervenção incluiu limpezas adaptadas à materialidade e estado de conservação de cada superfície, nomeadamente limpeza a laser dos capitéis de mármore, limpeza a seco das alvenarias ou com escovas de cerdas naturais e aplicação pontual de algodão com água desmineralizada nos revestimentos. Os trabalhos de restauro efectuados incluíram a consolidação das superfícies de tijolo, quando necessário, bem como nas zonas de pedra. Reintegração de volumes e formas, com a recuperação de peças cerâmicas nas alvenarias e dos painéis de “sebka”, utilizando cerâmica artesanal, com cantarias nas superfícies de pedra ou com argamassa de cal nos volumes mais pequenos.
Todos os trabalhos foram executados por uma equipa especializada e estável em todas as fases, com larga experiência em restauro, para garantir a qualidade e o rigor necessários a este património único e monumental.
O resultado está aí para poder ser contemplado, numa Sevilha que hoje é uma grande metrópole urbana digna de ser descoberta e calcorreada...
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