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Retalho foi o que registou o maior volume de investimento no 1º trimestre do ano

 

Retalho foi o que registou o maior volume de investimento no 1º trimestre do ano

17 de junho de 2025

Em Portugal, o segmento de Retalho foi o que registou o maior volume de investimento no 1º trimestre do ano, cerca de 383,5 milhões de euros, revela o mais recente relatório Impacts, da Savills.

Segundo o estudo, prevê-se um aumento do investimento global em activos de retalho. Em várias localizações estratégicas, os retalhistas estão novamente a expandir as suas redes de lojas, o que está a impulsionar o crescimento das rendas nos principais mercados de retalho e, consequentemente, a atrair um renovado interesse por parte dos investidores.

Em Portugal, o cenário é particularmente promissor. Os principais indicadores apontam para um ano de forte dinâmica, tanto ao nível do investimento como da ocupação. No primeiro trimestre de 2025, o volume de investimento imobiliário no sector do retalho atingiu os 383,5 milhões de euros, um valor significativamente superior ao registado no período homólogo de 2024. O retalho manteve-se como a classe de activo mais atractiva, concentrando mais de 50% da actividade de investimento em imobiliário comercial.

No mercado ocupacional, a procura continua elevada, especialmente nas zonas com maior tráfego pedonal. Os retail parks e os centros comerciais registam níveis de ocupação muito elevados, reflectindo a vitalidade destes segmentos. Já no comércio de rua, o principal desafio continua a ser a escassez de oferta, o que, aliado a uma procura consistente, mantém as rendas numa trajectória de crescimento.

“Portugal reúne condições para o desenvolvimento de retalho únicas na Europa. O crescente tráfego de turistas, a possibilidade de incrementar a área de retail parks (ainda diminuta quando comparada com outras geografias), a consolidação dos centros comerciais e o dinamismo das zonas comerciais das principais cidades são as grandes vantagens competitivas. Operadores e investidores olham para estas vantagens como oportunidades num contexto global de grande incerteza”, revela José Galvão, Head of Retail at Savills Portugal.

O relatório Impacts destaca também que, apesar dos desafios enfrentados a nível global como o crescimento do comércio eletrónico, crises económicas, pandemia, alterações climáticas e instabilidade geopolítica, o esperado encerramento massivo de lojas não se concretizou. Embora o sector continue complexo, mostra sinais de adaptação e resistência.

Muitos investidores estão a reavaliar a sua abordagem ao retalho

Oliver Salmon, Capital Markets, Savills World Research, refere: “Apesar de algumas reservas persistentes, muitos investidores estão a reavaliar a sua abordagem ao retalho. Em 2024, o investimento global neste setor manteve-se estável, com um impulso notório no segundo semestre. Através de algumas transações relevantes, o retalho começou a captar uma fatia crescente do capital institucional. Ainda assim, a recuperação será gradual e exigirá uma selecção criteriosa dos ativos.”

O estudo salienta ainda que a correção de preços nos activos de retalho tem criado novas oportunidades de investimento. As yields atractivas tornam o sector competitivo face a outros segmentos, como a habitação ou a logística, que enfrentam pressões crescentes sobre o valor das rendas e apresentam preços mais ajustados devido ao volume de capital alocado. A nível internacional, o sector do retalho apresenta dinâmicas distintas. Na Ásia-Pacífico, países como Austrália, Malásia e Índia registaram um aumento no investimento, sobretudo em centros comerciais regionais, enquanto o Japão se destaca pelo crescimento das vendas impulsionado pelo turismo. Nos Estados Unidos, a taxa de desocupação no retalho atingiu um mínimo histórico de 4,7%, com elevada procura em várias categorias, embora algumas marcas estejam a desacelerar a expansão e a olhar para o Canadá como alternativa. Na Europa, a escassez de novos projectos tem valorizado os activos existentes, com destaque para os centros comerciais premium e retail parks, que continuam a apresentar bom desempenho.

“Apesar do abrandamento do sector na Europa, os ativos de primeira linha continuam a ser procurados. Os operadores concentram-se em localizações prime e os segmentos de desporto, lazer e moda ‘value’ lideram a ocupação tanto em ruas comerciais como em centros urbanos. Os retail parks mantêm-se particularmente resilientes, com oferta limitada e forte procura”, salienta Larry Brennan, Head of European Retail Agency, Savills.