
Cabeceiras de Basto: antiga estação ferroviária classificada como de interesse municipal
O município de Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, classificou de interesse municipal o conjunto edificado da antiga estação ferroviária de Arco de Baúlhe, face à sua relevância arquitectónica, histórica, urbanística e social.
A decisão, publicada na segunda-feira em Diário da República, foi aprovada por unanimidade em reunião camarária, realizada em Fevereiro deste ano.
“O conjunto edificado da Antiga Estação Ferroviária de Arco de Baúlhe continua a ter um papel determinante na memória colectiva e continua a distinguir-se na malha urbana devido, não apenas à sua arquitectura global mas também devido à homogeneidade formal dos corpos”, lê-se no relatório técnico, que deu suporte à aprovação do executivo.
Segundo o documento, “está em causa um imóvel, que no domínio histórico e arquitectónico", atenta à caracterização expressa pelos técnicos municipais, “apresenta singularidades às tipologias convencionais”.
“Estamos perante um testemunho notável de vivências e factos históricos, pela sua concepção arquitetónica, pela memória colectiva que reflecte e pela sua singularidade, representando um bem de valor cultural de significado preponderante para o município. Em síntese, verifica-se que estamos perante um conjunto edificado de relevante interesse arquitectónico, histórico, urbanístico e social”, sublinha o relatório técnico.
O documento justifica que o interesse municipal está assente em vários aspectos, nomeadamente no “testemunho da história da evolução das dinâmicas urbanísticas e sociais, no papel determinante na identidade do Largo da Estação ou na permanência na memória colectiva da comunidade”.
A estação foi inaugurada no dia 15 de Janeiro de 1949, com festança, bandas e muita solenidade, reunindo muito povo da região, rezam as crónicas da época. O comboio inaugural era puxado pela locomotiva a vapor E 207 e conduzido pelo maquinista mais antigo e experiente da região. O comboio trouxe a Cabeceiras de Basto uma mais fácil circulação de pessoas e produtos. Contudo, a linha entre Amarante e Arco de Baúlhe seria encerrada em 1990, e Cabeceiras de Basto ficou mais pobre.