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alfama - Imagem de Adam Hill em Pixabay

Bairros em Lisboa transformaram-se em "Disneylândias" - denuncia líder do BE

11 de julho de 2024

A coordenadora do BE alertou hoje que os bairros em Lisboa se transformaram em "Disneylândias", com excesso de turistas e alojamento local, insistindo na necessidade de limitar esta actividade e suspender a construção de novos hotéis.

“Os bairros transformaram-se em ‘Disneylândias’, têm excesso de pessoas. O terminal de cruzeiros, por exemplo, em Lisboa, descarrega milhares de pessoas na cidade num fim de semana que não consomem, não deixam nada, a não ser lixo e pressão e poluição, devido aos próprios cruzeiros”, alertou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas no bairro de Alfama, em Lisboa.


Mariana Mortágua - Foto Esquerda.net em Wikipedia


A líder do BE visitou esta manhã este bairro com o objectivo de alertar para fenómenos como o “turismo excessivo”, a construção de novos hotéis ou o aumento de alojamentos locais na capital mas também noutros locais do país, como no Porto ou Algarve.

“Chega a um momento em que nós temos de olhar para a realidade das pessoas, como elas vivem, como elas não conseguem ter habitação, como a economia está excessivamente dependente do turismo, como o turismo pressiona as nossas cidades, causa poluição, e é preciso dizer que há um limite e que o turismo tem de ter regras. Tem de haver um limite para o número de hotéis que pode ser construído em Lisboa e tem de haver um limite para o número de alojamento local que um bairro como Alfama pode comportar”, defendeu.

Com várias críticas ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), Mortágua afirmou que desde o início do mandato do social-democrata, em Lisboa, “abriram hotéis a uma velocidade de dois a cada mês”.

“Não nos digam que o problema da habitação é um problema de falta de construção, porque a construção para hotéis, para alojamento local, para condomínios de luxo, tem continuado. O problema é que cada vez mais as casas estão a ser sugadas para o turismo, para a habitação de luxo, que é virada para o mercado externo, e não há casas onde as pessoas possam viver”, argumentou.

Lusa/DI