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Taxas de juro vão baixar. Mas quando irá acontecer o corte?

15 de dezembro de 2023

O governador do Banco de Portugal defendeu hoje, um dia depois a reunião da última Banco Central Europeu (BCE), que a questão central sobre as taxas de juro não é se vai existir um corte, mas quando será.

“Não é uma questão se vai acontecer, porque vai acontecer num contexto em que não há choques adicionais”, afirmou Mário Centeno, na apresentação do Boletim Económico de Dezembro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa.

Para o responsável do banco central, a questão é “quando vai acontecer”, ainda que para isso necessite de “recolha de dados”.

“Estou muito confiante de que esta é posição de análise nos próximos tempos”, disse.

As declarações de Mário Centeno ocorrem um dia depois da última reunião do BCE, na qual o Conselho de Governadores decidiu manter inalteradas as taxas de juro directoras.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, em conferência de imprensa para explicar a decisão, escusou-se a dar sinais sobre um corte nos juros esperado pelos mercados, garantido que o tema não foi discutido na reunião.


Mário Centeno - Imagem Ecofin


Mário Centeno defendeu hoje que a queda da inflação permite que a política monetária entre num novo estado de consolidação e que mostra que o disparo no aumento dos preços era um fenómeno temporário.

Destacando a trajectória descendente da inflação na zona euro, o governador do BdP sublinhou que a inflação tem vindo a cair mais depressa do que subiu.

“Esta queda permite que a política monetária entre num novo estado de consolidação”, disse, considerando que atenua a incerteza que o aumento elevado e generalizado de preços coloca nas decisões.

À semelhança da previsão na quinta-feira divulgada pelo BCE, Mário Centeno acredita que um período compatível com a estabilidade de preços chegará em 2025.

A taxa de depósitos do BCE permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.

Lusa/DI