Porto: Campanhã vai ter um novo parque em Julho
A primeira fase da construção do Parque da Alameda de Cartes, em Campanhã, já está aberta à população e vai funcionar como espaço de convívio, recreio e contemplação, prevendo-se o fim da intervenção para Julho.
Localizado junto à Escola Básica do Falcão, o novo espaço verde que representa um investimento municipal de 2,2 milhões de euros servirá também de “local de ensino ao ar livre, em contacto com a natureza”.
Numa visita ao parque, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, realçou hoje a importância do projecto, que responde “aos anseios da população”.
Esta primeira parte do parque permitirá ligar, através de corredores pedonais e cicláveis, vários arruamentos e facilitará a circulação entre as ruas do Falcão, Emílio Biel, Alameda de Cartes, Cooperativa do Pego Negro, Reinaldo Oudinot, Ana Plácido e Avenida Artur de Andrade.
Segundo Rui Moreira, o projecto, sob responsabilidade da empresa municipal GO Porto, encontra-se “a meio” e deverá estar concluído no Verão.
“Em Julho teremos o parque completamente feito, depois precisamos de algum tempo para as árvores crescerem, são mais de mil árvores”, referiu.
Quando estiver concluído, o parque irá promover a ligação a “pontos estratégicos do território”, como os bairros do Falcão, Cerco e Lagarteiro, mas também à Horta da Oliveira, Campo Municipal de Campanhã, Piscina de Cartes e Parque Oriental da Cidade.
O espaço verde ocupará cerca de 40 mil metros quadrados da freguesia de Campanhã.
“Este projecto nasceu com o intuito de melhorar a qualidade de vida das populações locais e de desenvolver uma rede de circulação pedonal, promotora de uma mobilidade suave, de dinâmicas ecológicas e de preservar a natureza”, acrescenta, em comunicado, a autarquia.
Captar e reter as águas das chuvas
Com a construção de grandes áreas impermeáveis, “quando chove, quer as áreas verdes, quer as áreas pavimentadas, encaminham as águas para as micro represas, que fazem alguma infiltração e retêm a água durante algum tempo, e vão-na distribuindo”, explica José Miguel Lameiras, um dos responsáveis do projecto.
O processo é contínuo: “daí, a água é reencaminhada para bacias de retenção, que têm um perfil drenante, ou seja, quando chove, elas infiltram água, mas também têm capacidade de armazenamento e de infiltração ao nível do subsolo”.
“O grande objectivo é que essa água faça a recarga dos aquíferos e, a partir daí, temos níveis freáticos mais saudáveis, as árvores conseguem ir buscar água e evapotranspirar”, diz o arquitecto. Tudo em nome da “resiliência climática da cidade do Porto”.
A Câmara do Porto constituiu, inicialmente, um grupo de trabalho que contou com a participação da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), da Universidade de Coimbra (UC), da Give U Design and Art (GUDA), do Centro de Estudos Sociais (CES) e da empresa municipal Domus Social.
O desenvolvimento do projecto foi, posteriormente, gerido e coordenado pela empresa GO Porto, tendo também envolvido o departamento municipal de Planeamento e Gestão Ambiental, a Domus Social, o CIBIO e o departamento de arquitectura da UC.
Já o desenvolvimento dos projectos de especialidades foi levado a cabo pela Sociedade de Prestação de Serviços de Engenharia Civil, S.A. (SOPSEC).
O projecto, desenvolvido no âmbito do URBiNAT, conta com o financiamento europeu do programa Horizonte 2020.
Lusa/DI