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Habitação by century 21

 

Observatório do Imobiliário CENTURY 21: O que mudou nos últimos anos (II)

8 de fevereiro de 2024

Observatório do Imobiliário CENTURY 21 apresentado esta quinta-feira analisa as diferentes posições de quem compra, arrenda e vende casa em Portugal, quais as suas aspirações e a sua realidade.


Preço obriga Portugueses a a desistirem de comprar casa

Se em 2018 o principal motivo para os portugueses desistirem de comprar ou arrendar uma casa era não encontrar o que procuravam, actualmente o grande motivo tem sido o preço. 55% dos requerentes que desistiram da compra ou arrendamento foram motivados por razões financeiras. Seguem-se 23% para quem não foi a melhor altura e 18% não encontrou o que procurava, revela o estudo elaborado pela rede de mediação Century21.

Esta tendência mantém-se quando olhamos para a Área Metropolitana de Lisboa. 51,2% dos indivíduos não compram nem alugam devido ao preço da habitação. A principal razão pela qual as pessoas optam por não adquirir uma casa, quer seja arrendada ou comprada, é o factor económico. Em segundo lugar, destaca-se o facto de não ser a altura certa para comprar um imóvel, atingindo 27,9%.


Habitação própria ou arrendada

Observando o mercado da habitação no seu conjunto, ou seja, tanto para quem procura como para quem oferece, 92,3% prefere viver em casa própria, embora 65,3% o faça actualmente.

As únicas diferenças a destacar verificam-se nas pessoas que hoje em dia arrendam, onde a percentagem das que gostariam de ter casa própria aumentou segundo o estudo.



Procura de Casa – ambição versus realidade

Em Portugal, os apartamentos T2 e os T3 continuam a ser as tipologias predominantes entre a procura e a oferta, contudo a maioria das pessoas procura um T3 para comprar ou arrendar, mas tem que optar por um T2. Além disso, as áreas são menores e as escolhas acabam por ter de recair mais em apartamentos para não se esgotar o orçamento atribuído. O preço real fica 4% abaixo do valor que os portugueses acreditam que podem pagar e a renda é semelhante.

Verifica-se ainda - segundo o estudo - que é necessário fazer ajustes em termos de prioridades relativamente às comodidades da casa, às valências da zona envolvente e das condições. Destaca-se a crescente importância de pátios e jardins.

Também na procura de casas na Área Metropolitana de Lisboa, a grande tendência é procurar um apartamento usado sem necessidades de obras. A tendência é que essa procura insida em zonas junto ao centro, mas com vários ajustes a fim de não se esgotar o orçamento desejado. Temos este tipo de casa e nesta localização sem consumir todo o orçamento (-8% no preço e -13% na renda). Há uma ideia do que se pode pagar, contudo, com a subida das taxas de juro, quando pedem um empréstimo o valor que podem assumir baixa, devido à taxa de esforço limite imposta pelo Banco de Portugal.

A tendência passa por optar por casas de menor tipologia (T2 e não T3), também mais pequenas em área, além de, assim como a nível nacional, também existirem ajustes em termos de prioridades relativamente às comodidades de casa, condições e valências da zona envolvente.


Oferta de Casa – ambição versus realidade

Relativamente a 2018, a oferta de habitação continua praticamente na mesma linha. Em Portugal, os apartamentos usados sem necessidade de obras, T3, com um wc, de 91 a 120 m2, com terraço, varanda e garagem predominam entre a oferta activa e a que acaba por ser escoada. Contudo, as que foram absorvidas localizam-se no centro da cidade e as que estão em oferta situam-se nas zonas periféricas e no centro. Daí resultam ajustes nas condicionantes.

É ainda de notar - refere o estudo da Century21 - que, mesmo com uma localização menos central, a oferta que está disponível tem elevadas expectativas de preço, pretendendo valores 7% acima das que foram escoadas e rendas idênticas.



Quem procura Casa em Portugal

Analisando o perfil de quem procura casa em Portugal, percebe-se que 63% são mulheres. Entre os 30 e os 39 anos, é quando se regista o maior aumento (32%). 59% são famílias de 2 ou 3 pessoas e 73% quer ficar na mesma cidade. Os apartamentos ganham destaque nas preferências nacionais (56%) e 95% tem como uma das maiores prioridades a segurança da zona.

Também no que respeita ao financimento, algumas tendências têm vindo a mudar nos últimos anos. 41% recorre a financiamento com parte do capital próprio.

50% quer casa de 100.000 euros a 200.000 euros. 189.823 euros é o preço médio absorvido. Já no que respeita aos arrendamento, 55% quer renda até 500 euros. 589 euros é a renda média absorvida.

A Área Metropolitana de Lisboa espelha o que se passa a nível nacional, mantendo-se todas as tendências: as mulheres mantêm-se como o perfil dominante (68%); a faixa etária mantém-se (32%), assim como o agregado familiar de 2 ou 3 pessoas (58%). 72% quer ficar na mesma cidade e 50% pretende zonas junto ao centro da cidade.

70% prefere apartamentos e uma casa usada sem necessidade de obras (68%). Também em Lisboa se priveligia a segurança da zona, como atestam 97% dos inquiridos. No que respeita ao financimento, 39% recorre a financiamento com parte de capital próprio.

50% quer casa no intervalo de 100.000 a 200.000 euros, 216.466 euros é o preço médio absorvido. No que respeita aos arrendamentos, 31% quer renda até 500 euros, 666 euros é a renda média absorvida .


As motivações para procurar Casa, Vender ou Arrendar em Portugal

Porque procuro? 21% quer ser independente; 14% por casamento/união; 13% pretende mudar para uma casa melhor.

No que estou disposto a ceder? 21% afirma que é o facto de não ser novo ou não precisar de obras; 26% diz que é ter menos área e 25% nas áreas exteriores.

Porque desisto? 55% devido ao preço; 23% indica que não é o momento certo e 18% por não encontrar o que procurava.

Porque coloco em oferta? 19% dos portugueses precisa de dinheiro; outros 19% querem mudar para uma zona ou casa melhor; 16% revela precisar de liquidez para fazer investimento.


As motivações para procurar Casa, Vender ou Arrendar na Área Metropolitana de Lisboa

Porque procuro? 20% quer ser independente; 17% pretende mudar para uma casa melhor; 14% quer sair do arrendamento.

No que estou disposto a ceder? 31% afirma que é o facto de não ser novo ou não precisar de obras; 27% diz que é ter menos área e 26% nas áreas exteriores.

Porque desisto? 51% devido ao preço; 28% indica que não é o momento certo e 21% por não encontrar o que procurava.

Porque coloco em oferta? 27% dos portugueses precisa de dinheiro; 18% precisa de liquidez para fazer investimento; 12% mudar para casa ou zona melhor.


O que mudou na Área Metropolitana de Lisboa – principais conclusões:

  • Há maior apetência para mudar de cidade (24% para 28%);
  • Moradias isoladas cativam mais procura (15% para 24%);
  • A habitação usada sem necessidade de obra predomina na mesma, mas há maior disponibilidade para comprar em planta (2% para 8%) e menor apetência para fazer obras em usados (23% para 15%);
  • Há menor apetência para áreas pequenas. As casas até 75 m2 representavam 26% e estão agora em 13%. Deslocação para a faixa das áreas entre 76 e 120 m2;
  • Forte incremento dos preços. Aumento na ordem dos 30%, traduzidos numa diferença de 50.000€, para 216.466€;
  • Duplica a fatia de procura que recorre à venda da casa antiga para financiar a compra de uma nova (12% para 25%);
  • Hoje abdica-se principalmente no estado de uso da casa (em ser novo ou não precisar de obras), quando antes o principal ponto de cedência era na área.