Municípios de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal exigem travessia do Sado mais acessível
Os presidentes da câmara municipais de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal defenderam esta manhã que Governo e Área Metropolitana de Lisboa devem encontrar soluções que tornem mais acessível o acesso fluvial a Troia, incluindo a possibilidade de associar o passe Navegante à travessia.
"Desde tempos imemoriais que o rio Sado é um elemento que facilita a ligação entre a Área Metropolitana de Lisboa e o Sul do país. Hoje, infelizmente, é cada vez mais uma barreira à mobilidade entre as duas margens, devido aos elevados preços praticados no transporte fluvial" - apontou o presidente da CM de Setúbal, André Martins (PCP/Verdes).
Para os autarcas, a AML e o Governo "devem assumir as suas responsabilidades para alterar a actual situação e criar as condições necessárias de mobilidade de pessoas e bens para a península de Troia", melhorando o acesso das populações da Área Metropolitana de Lisboa ao Litoral Alentejano.
Uma das soluções, indicou André Martins, passa pela "entrega do serviço público de transportes da travessia fluvial às entidades públicas com competências nesta matéria, como é o caso da AML", pois este serviço "deve deixar de estar condicionado por um contrato de concessão gerido pela administração portuária".
O autarca defendeu, igualmente, que deve equacionada a hipótese de incluir esta travessia no passe Navegante, "permitindo diminuir os custos para as populações que necessitam de atravessar, diariamente, as duas margens do Sado".
Esta travessia "é uma ligação essencial ao desenvolvimento económico, bem como à coesão social, dos territórios" de Setúbal, Alcácer do Sal e Grândola, sendo que sua relevância "tem de ser associada, por exemplo, à função das estradas nacionais que asseguram as ligações rodoviárias a todo o Litoral Alentejano, bem como à autoestrada" - sublinham os três autarcas em documento conjunto.
Com o tarifário actual -. denunciam -, "quem quiser atravessar o Sado com a sua viatura no ferryboat terá de pagar 19,60 euros, com o condutor incluído, mais 5,60 euros pelo primeiro passageiro e 4,30 euros por cada um dos restantes", o que para uma viatura com quatro pessoas totaliza 33,80 euros por viagem, "mais do que algumas viagens para destinos europeus em companhias de aviação lowcost".
Se a viagem se realizar no catamarã, que apenas transporta passageiros, o percurso de ida e volta tem o custo de 8,80 euros.Que acrescentam no documento: “a península de Troia tem um "papel fundamental" na relação de toda a Área Metropolitana de Lisboa com o Litoral Alentejano, "seja na deslocação de mão de obra, seja no acesso a equipamentos turísticos e zonas balneares, seja, ainda, no abastecimento de variadíssimas matérias aquela área".
Também as relações das populações dos concelhos do Litoral Alentejano com Setúbal "são, historicamente, muito relevantes", sendo que milhares de pessoas continuam a utilizar serviços de saúde sedeados em Setúbal, bem como outro tipo serviços e apoios administrativos.