Mais de 3/4 das poupanças dos portugueses geram retornos reais ... negativos!
A CORUM Investments é já um dos grandes captadores de poupanças de particulares e empresas na Europa, proporcionando-lhes um rendimento superior ao que obteriam nos tradicionais veículos de aplicação de poupanças.
Com o objectivo de melhor conhecer as práticas, motivações e receios desses aforradores, a empresa de investimento no sector imobiliário realizou um interessante estudo de mercado com o auxílio da BA&N Research Unit sobre a poupança dos portugueses. Os resultados são interessantes e reveladores. Algumas conclusões desde logo:
- A inflação gerou uma queda de 34% na poupança dos portugueses, valor superior à média da Zona Euro;
- As famílias têm mais de 220 mil milhões de euros em produtos que oferecem retorno reais negativos;
- Portugal é o terceiro país da Zona Euro onde os depósitos bancários têm o maior peso, muito embora os juros oferecidos estejam aquém da inflação...;
- Por cada euro em fundos de investimento, portugueses aplicam 5 euros em depósitos bancários;
- Depois do crescimento acentuado durante os primeiros tempos da pandemia, a poupança dos portugueses está agora em queda acentuada, situando-se actualmente em linha com o nível mais baixo deste século;
- Apesar dos bancos em Portugal continuarem a remunerar os depósitos com taxas inferiores aos juros do Banco Central Europeu, as famílias continuam a privilegiar este destino tradicional para aplicar as suas poupanças.
- Em Junho deste ano, mais de três quartos do “stock” das poupanças acumuladas pelos portugueses estavam aplicados em depósitos bancários ou produtos de poupança do Estado, arriscando por isso um retorno real negativo numa altura em que a inflação persiste acima dos 4%.
- Toda esta realidade reflecte a elevada aversão ao risco dos portugueses. Dados do Eurostat mostram que por cada cinco euros aplicados em depósitos, apenas um euro é colocado em fundos de investimento, um dos rácios mais baixos da Zona Euro. Acresce que do montante aplicado em fundos, os portugueses são os que menos apostam em fundos de acções.
- A taxa de poupança da Zona Euro desceu de 19,7% em 2020 para 14% no primeiro trimestre, mais do que duplicando o registado em Portugal.
- Apesar de a inflação estar a aliviar face aos máximos de 2022, persiste ainda num nível superior ao da taxa dos depósitos, pelo que a esmagadora maioria dos depósitos continua a oferecer retornos reais negativos na Zona Euro. Só em Espanha, Bélgica e Luxemburgo os depositantes estão a ser remunerados com taxas reais positivas. Em Portugal (-2,61%), os depósitos oferecem um retorno real negativo em linha com a Zona Euro (-2,47%).
- Apesar da baixa remuneração, os portugueses continuam a apostar sobretudo em depósitos para alocar as poupanças cada vez mais diminutas. Reflexo da inércia na gestão financeira das famílias, baixo nível de literacia financeira e crónica aversão aos activos de risco, os depósitos bancários aumentaram mais em 2022 do que estão a baixar este ano devido à fuga para os certificados de aforro.
- As carteiras dos fundos de investimento mobiliário, fundos de investimento imobiliário, fundos de pensões e outros veículos de gestão de património perderam mais de 8 mil milhões de euros em 2022, devido sobretudo à desvalorização dos activos.
- Nos primeiros seis meses de 2023, apesar da prestação positiva dos mercados, o “stock” de capital aplicado na gestão de activos baixou 1,3 mil milhões de euros.
- Tendo em conta este universo de destino das poupanças dos portugueses, a indústria da gestão de activos já tem um peso inferior a 25%. Em depósitos estão aplicados perto de 60%, com os restantes 15,5% em produtos de poupança do Estado (certificados do Tesouro e certificados de Aforro).
- Em Junho, os portugueses tinham 175 mil milhões de euros em depósitos bancários, 45,5 mil milhões em produtos de aforro do Estado e 72 mil milhões de euros em veículos de gestão de activos. Mais de 75% deste total (pelo menos 220 mil milhões de euros) estão a ser remunerados abaixo da inflação.
- As subscrições líquidas de fundos de investimento mobiliário totalizaram apenas 239 milhões nos primeiros seis meses do ano, revertendo a tendência de retirada de dinheiro de 2022, mas muito longe das subscrições realizadas nos três anos anteriores.
- O volume gerido pela indústria da gestão de activos em Portugal baixou 9,5 mil milhões de euros desde 2021, sendo uma fatia considerável desta queda da responsabilidade dos fundos de pensões. De 22,6 mil milhões de euros em 2021, este segmento passou para 18,2 mil milhões em Junho de 2023. Esta perda de 4,4 mil milhões de euros reflecte o fim de alguns fundos, mas também a retirada de dinheiro dos investidores destes veículos destinados a poupar para a reforma. Um sinal que os portugueses não estão a precaver-se da melhor forma com um complemento de reforma que permita compensar a redução do valor da pensão no fim da idade activa.
- Dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF)*dão conta que os PPR sofreram resgates de 611,7 milhões de euros no primeiro semestre, um agravamento de 61,4% face ao período homólogo.
- As famílias estão a retirar dinheiro dos PPR e outros produtos financeiros para amortizar o empréstimo à habitação, uma estratégia que acaba por ser benigna por reduzir o endividamento, embora represente mais um golpe no hábito dos particulares em aplicarem as poupanças em alternativas que ofereçam retornos acima da inflação.
A fiscalidade também contribui para a falta de cultura de investimento por parte dos particulares em activos de maior risco. Os ganhos de capital em Portugal são tributados a uma taxa liberatória de 28%, o que coloca a fiscalidade acima da que se verifica em muitos países da Zona Euro.
- Os dados da Comissão Europeia mostram que Portugal é o sexto país da Zona Euro onde os impostos sobre capital têm o maior peso sobre a fiscalidade total.
Criado em Paris, em 2011, o Grupo CORUM tem vindo a contribuir para uma revolução silenciosa na forma como é encarada a poupança, apostando na transparência total com os acionistas dos seus fundos, mas também com o mercado. A sua ambição - refere - “passa por dar sentido à poupança, colocando os investidores no centro do projecto e conceber soluções que sejam acessíveis, compreensíveis, ligadas à economia real e com à máxima eficiência. A total independência do Grupo, sublinham “é-lhe conferida pelo facto de não estar dependente de nenhum grupo financeiro e do seu capital ser integralmente detido pelos seus investidores.
A CORUM tem sob gestão mais de 7 mil milhões de euros, mais de 100 mil clientes, contando com activos imobiliários em 17 países diferentes e seis escritórios, incluindo Lisboa.