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Internacional

China

Maior construtora da China negoceia novos termos para pagamento da dívida

12 de setembro de 2023

A Country Garden, maior construtora da China, está novamente a negociar com credores a restruturação da sua dívida, de forma a evitar entrar em incumprimento.

A empresa foi apanhada nos últimos meses pela crise imobiliária na China, que colocou vários grupos em risco de insolvência.

Na semana passada, o grupo pagou 22,5 milhões de dólares (cerca de 20,9 milhões de euros) referentes a duas obrigações emitidas nos mercados internacionais ('offshore'), no limite de uma prorrogação de 30 dias.

A Country Garden quer agora negociar com os credores, numa altura em que se aproxima o prazo para pagar outras obrigações.

De acordo com a agência Bloomberg, a Country Garden quer negociar os termos de reembolso de oito obrigações, no valor total de 10,8 mil milhões de yuan (1,3 mil milhões de euros). Uma dessas obrigações devia ser reembolsada esta quarta-feira.

Os credores têm até às 22:00 horas (15:00, em Lisboa) para tomar uma decisão.

A Country Garden evitou anteriormente entrar em incumprimento, após negociar a restruturação da sua maior obrigação, um título emitido no mercado chinês, no valor de 3,9 mil milhões de yuan (cerca de 500 milhões de euros), que vai agora ser pago até setembro de 2026.

Em 2021, os reguladores chineses restringiram o acesso do setor ao crédito bancário, suscitando uma crise de liquidez. Uma das maiores construturas do país, o grupo Evergrande, colapsou. Dezenas de outros grupos estão a negociar a restruturação das suas dívidas.

A Country Garden está a tentar não entrar em incumprimento em nenhuma das suas obrigações, o que poderia traduzir-se num risco para o setor financeiro chinês ainda maior do que o suscitado pela Evergrande em 2021, uma vez que a Country Garden tem quatro vezes mais imóveis e 60% das suas vendas provêm de cidades de terceiro e quarto níveis, onde o mercado imobiliário foi mais afetado do que nas principais cidades do país.

A Country Garden, até recentemente considerada uma das promotoras mais bem geridas no contexto da crise imobiliária, anunciou na semana passada perdas de 48.932 milhões de yuan (6.222 milhões de euros) no primeiro semestre e alertou que enfrenta “falta de liquidez”.

No final do semestre, o passivo total da construtora fixou-se em cerca de 1,36 biliões de yuan (171.439 milhões de euros).

No final de junho, a empresa tinha 147,9 mil milhões de yuan (18,6 mil milhões de euros) em caixa. A maior parte desta quantia foi utilizada para concluir casas que já tinham sido pagas pelos proprietários antes de serem construídas.

LUSA/DI