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Arquitectura

 

Centro de Arte Moderna da Gulbenkian remodelado abre ao público a 20 de Setembro

22 de fevereiro de 2024

O Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, abre ao público a 20 de Setembro, com várias exposições e um programa de artes performativas, após uma remodelação da autoria do arquitecto japonês Kengo Kuma em colaboração com o arquitecto paisagista Vladimir Djurovic, foi hoje anunciado.

De acordo com a Fundação Calouste Gulbenkian, em comunicado, o renovado edifício do Centro de Arte Moderna (CAM) – um projecto do arquitecto Kengo Kuma, enquadrado pelo novo jardim desenhado pelo paisagista Vladimir Djurovic – irá reabrir portas ao público com um projecto da artista visual Leonor Antunes, a exposição "Linha de Maré" e uma outra dedicada ao artista Fernando Lemos (1926-2019).

Encerrado desde 2020, o CAM, inaugurado em 1983, alberga uma colecção com cerca de 12 mil obras de arte moderna e contemporânea, predominantemente portuguesa, que inclui também obras de artistas estrangeiros.




Na sequência da aquisição de dois hectares de terreno para alargar o espaço da Gulbenkian para sul, o projecto de renovação do CAM cria uma zona de entrada na instituição, alterando o acesso ao edifício, que passa a fazer-se através de um novo jardim e de uma entrada pela Rua Marquês de Fronteira, indica a Fundação.

Kengo Kuma reimaginou completamente o anterior edifício de betão, da autoria do arquitecto britânico Leslie Martin, aumentando a sua transparência para sul e acrescentando-lhe uma pala de 100 metros de comprimento, com uma cobertura de grandes telhas de cerâmica brancas.



O átrio transparente liga visualmente o novo jardim ao resto do espaço da Gulbenkian e uma nova galeria de mil metros quadrados acolherá exposições da colecção do CAM, estando ladeada por uma Sala de Desenho dedicada à apresentação da sua extensa colecção de obras sobre papel.

Kengo Kuma trabalhou em colaboração com Vladimir Djurovic, de modo a integrar arquitectura e natureza, desenvolvendo a visão dos arquitectos portugueses Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto para o jardim preexistente, “no sentido de reflorestar os terrenos com vegetação autóctone”.




O projecto de remodelação do CAM, intitulado “Um Parque para a Cidade”, foi apresentado a 10 de Dezembro por ocasião do 50º aniversário do Edifício Sede e do Museu Gulbenkian. Foi o escolhido entre as 12 propostas do concurso de ideias promovido.


Kengo Kuma - Foto de Strelka Institute for Media, Architecture and Design


Os arquitectos

Kengo Kuma nasceu em 1954. Fundou a Kengo Kuma & Associates em 1990. Actualmente, é Professor Universitário e Professor Emérito da Universidade de Tóquio, depois de ter leccionado na Universidade de Keio e na Universidade de Tóquio. Os projectos da KKAA estão atualmente em curso em mais de 40 países. Kengo Kuma propõe uma arquitectura que abre novas relações entre a natureza, a tecnologia e os seres humanos.

De ascendência montenegrina, Vladimir Djurovic nasceu no Líbano em 1967 e prosseguiu os seus estudos no estrangeiro. Licenciou-se em Horticultura na Reading University em Inglaterra e obteve o seu mestrado em Arquitectura Paisagista na School of Environmental Design na Universidade de Georgia nos EUA. Depois de viver e trabalhar nos Estados Unidos durante vários anos, Djurovic voltou ao Líbano para estabelecer o seu estúdio de arquitectura paisagista em 1995. Djurovic tem vindo a leccionar em várias instituições e recebeu já vários prémios internacionais.

Lusa/DI

Imagens: © Kengo Kuma & Associates