Actividade de investimento global em imobiliário deverá aumentar em 2024
Os researchers da Savills preveem um ambiente de investimento imobiliário mais positivo em 2024 com 57%, em média, a esperar um aumento moderado a forte na actividade de investimento no próximo ano, embora este valor suba para 70% dos inquiridos no que respeita a imóveis residenciais multifamily e para 66% em termos de imóveis industriais e logísticos.
A Savills espera que a atividade de investimento aumente no terceiro trimestre de 2024, com a recuperação a ser impulsionada por uma série de mercados importantes, incluindo os EUA e o Reino Unido.
A consultora imobiliária internacional está mais otimista em relação à atividade nos mercados residenciais globais, particularmente no setor multifamily, onde a procura supera a oferta em muitas áreas, e no sector logístico, impulsionado pelos seus fortes fundamentos. 90% dos researchers da Savills preveem aumentos no valor dos arrendamentos no segmento multifamily e 81% esperam aumentos no mercado residencial em geral. No segmento logístico, 92% dos inquiridos preveem que os valores dos arrendamentos subam ou se mantenham estáveis, num contexto de procura resiliente por parte dos consumidores e de uma base de produção em expansão após a Covid-19.
Para os segmentos de escritórios e de retalho, a maioria dos researchers da Savills antecipa valores de arrendamento estáveis ou crescentes no mercado imobiliário prime, quer se trate de espaços prestigiados de escritórios nos centros das cidades (73% preveem um aumento dos valores) ou de pontos de venda no retalho de qualidade com forte afluência de visitantes nacionais ou turistas (81%). Entretanto, no mercado secundário de escritórios, 70% dos inquiridos esperam que os valores se mantenham estáveis ou que desçam no próximo ano – quaisquer aumentos de rendas dependerão provavelmente da atualização destas propriedades.
As principais tendências para 2024, segundo a Savills Research, dependendo da estratégia do investidor:
Estratégias core e core plus:
- Escritórios CBD Prime que satisfaçam as atuais necessidades dos tenants;
- Logística prime na maioria dos mercados;
- Comércio prime e hotéis prime em destinos turísticos, especialmente em França, Espanha, Portugal, Austrália e Singapura;
- Prime living em locais com fortes tendências de urbanização e procura crescente de arrendamento, especialmente Singapura, Japão, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Itália.
Estratégias de valor acrescentado:
- Readaptação/reposicionamento de escritórios em localizações privilegiadas, especialmente nos Países Baixos, Espanha, Japão, Coreia do Sul, Austrália, França e Alemanha;
- Readaptação/reposicionamento de lojas de retalho prime, em especial no Sul da Europa e na Ásia, para obter rendimentos mais elevados.
Estratégias de oportunidade:
- Escritórios com potencial de reversão;
- Gestão de ativos com fraco desempenho; por exemplo, reposicionamento de centros comerciais antigos.
“2024 deverá ser um ano muito melhor para os investidores imobiliários a nível mundial, prevendo-se uma recuperação sustentada à medida que as yields se tornem mais atrativas, as rendas prime subam e a reavaliação dos preços comece a realinhar as expetativas dos compradores e dos vendedores nos mercados onde tal ainda não se verificou. Os nossos researchers preveem grandes paralelismos de desempenho entre sectores no segmento prime de cada setor, mas é provável que existam variações geográficas regionais mais pronunciadas entre os activos secundários. Embora os researchers não estejam presentes em todas as regiões do mundo, sublinharam, no que verificaram, que também os fortes motores da procura e a oferta limitada sustentam o considerável potencial de investimento de sectores mais pequenos e menos líquidos, como os centros de dados, as ciências da vida e a educação”, revela Eri Mitsostergiou, Director, Savills World Research.
Alexandra Portugal Gomes, Head of Research, Savills Portugal, sublinha: “Para 2024, as projecções são ligeiramente mais otimistas, ainda com uma análise de riscos muito criteriosa por parte dos investidores. Vamos certamente continuar a assistir a uma maior diversificação das carteiras, como estratégia adotada pelos investidores, direcionando o seu investimento para segmentos alternativos como o Residencial, senior living, healthcare e student housing. Além disso, os critérios ESG e a descarbonização assumirão também um grande destaque uma vez que, à medida que os investidores se tornarem mais conscientes dos aspetos ambientais, sociais e de governação, procurarão ativos que ofereçam um elevado retorno financeiro e estejam alinhados com os seus valores.”