98% das empresas confirmam impacto da inflação nas suas operações
O aumento da inflação levou a mudanças generalizadas na actividade do tecido produtivo em 2023. De acordo com a vaga de Outono do Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform, 98% das empresas confirmam algum tipo de impacto da inflação nas suas operações. Os principais impactos ocorreram na estrutura de custos, o que pode afectar a capacidade de muitas empresas para operarem de forma lucrativa; 52% das empresas estão a ver os seus custos laborais aumentar e 56% viram subir os seus custos de aquisição.
Uma forma de compensar estes aumentos de custos é aumentar os preços finais para proteger as margens comerciais. No entanto, esta estratégia é arriscada, devido a factores como a redução do poder de compra do cliente ou a elasticidade da procura. De acordo com o estudo, o contexto de procura reprimida está a obrigar 71% do tecido empresarial a absorver o impacto dos novos custos, o que implica uma perda de rentabilidade e uma redução das suas margens comerciais.
Esta diminuição das margens comerciais, num contexto de abrandamento da actividade, combinada com um aumento dos custos financeiros, desencadeia o risco comercial. De facto, 36% das empresas sentem já uma deterioração do risco de crédito dos seus próprios clientes devido à inflação. Para fazer face a esta evolução, 37% das empresas foram obrigadas a reduzir vendas e 13% desistiram de determinados clientes.