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Viagens turísticas de residentes cresceram 33,8% em 2022 mas ainda longe de 2019
Viagens turísticas de residentes cresceram 33,8% em 2022, mas ficaram ainda aquém dos níveis de 2019, avança hoje o INE.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística - INE, no conjunto do ano de 2022, as viagens realizadas pelos residentes cresceram 33,8% e atingiram um total de 23,4 milhões (-4,2% face a 2019; +21,6% em 2021). As viagens nacionais aumentaram 25,1% e as viagens ao estrangeiro cresceram 176,0% (-3,4% e -9,9%, pela mesma ordem, face a 2019; +20,2% e +48,8%, respectivamente, em 2021). O alojamento particular gratuito, apesar da perda de expressão, manteve-se como principal meio de alojamento utilizado (60,8%, -5,5 p.p. face a 2021). A duração média das viagens foi de 4,21 noites (4,72 noites em 2021 e 4,05 em 2019).
A região Centro (30,3%) reforçou a 1ª posição como principal destino das viagens nacionais, seguida da região Norte (21,6%) e da AM Lisboa (17,6%) que ultrapassou o Algarve. Espanha (38,2%), França (10,7%) e Itália (6,5%) mantiveram-se como os principais países de destino nas deslocações ao estrangeiro.
No 4º trimestre de 2022, os residentes em Portugal realizaram 5,1 milhões de viagens, o que correspondeu a um crescimento de 10,4% (-7,9%, face ao 4ºT 2019; +5,9% no 3ºT 2022). As viagens em território nacional corresponderam a 87,7% das deslocações (4,5 milhões), aumentando 6,0% (-8,7% comparando com o 4ºT 2019). As viagens com destino ao estrangeiro cresceram 56,7% (-1,3% face ao 4ºT 2019; +109,0% no 3ºT 2022), totalizando 625,0 mil viagens, o que correspondeu a 12,3% do total.
Considerando as viagens realizadas no total do ano de 2022, o principal motivo para viajar foi o “lazer, recreio ou férias” (50,6%), correspondendo a 11,9 milhões de viagens (+29,0% face a 2021; -1,9% comparando com 2019). A “visita a familiares ou amigos” foi o segundo principal motivo para viajar, originando 37,5% das viagens (8,8 milhões de viagens, +36,4%; -5,0% face a 2019). Os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 7,4% do total (1,7 milhões de viagens) e registaram a maior variação face a 2021 (+75,2%), no entanto, ficaram ainda abaixo das 2,0 milhões de viagens realizadas pelo mesmo motivo em 2019.
Viagens de “lazer, recreio ou férias” corresponderam a mais de metade das viagens ao estrangeiro no 4ºT 2022
No 4º trimestre de 2022, o motivo “visita a familiares ou amigos” esteve associado a cerca de metade das viagens nacionais (2,2 milhões; peso de 49,8%) e foi o segundo principal motivo das viagens ao estrangeiro (159,1 mil viagens; peso de 25,5%). O “lazer, recreio ou férias” foi o principal motivo das deslocações ao estrangeiro (345,2 mil viagens; peso de 55,2%) e o segundo motivo nas viagens em território nacional (1,6 milhões de viagens; peso de 36,0%).
No total do ano de 2022, as viagens ao estrangeiro cresceram 176,0% (-9,9% face a 2019; +48,8% em 2021), representando 11,9% do total (+6,1 p.p.), a maioria para “lazer, recreio ou férias” (peso de 65,3%, +15,5 p.p.). As viagens nacionais aumentaram 25,1% (-3,4% comparando com 2019; +20,2% em 2021), tendo sido também o motivo “lazer, recreio ou férias” que esteve associado à realização de mais viagens (peso de 48,7%; -4,0 p.p.).
AM Lisboa ascendeu à 3ª posição como principal destino das viagens nacionais no total do ano 2022, ultrapassando o Algarve
No conjunto do ano 2022, a região Centro reforçou a 1ª posição como principal destino das viagens realizadas em território nacional, concentrando 30,3% do total (+1,1 p.p. face a 2021), seguindo-se a região Norte (21,6% do total; -0,6 p.p.). A AM Lisboa foi a região que mais preponderância ganhou face ao ano anterior (+1,5 p.p.), alcançando a 3ª posição como principal destino das viagens nacionais (17,6% do total), ultrapassando o Algarve (13,3%, -4,1 p.p.).
No total do ano 2022, Espanha, França e Itália mantiveram a 1ª, 2ª e 3ª posições como principais países de destino nas deslocações ao estrangeiro, respectivamente, com 38,2% (-5,5 p.p.), 10,7% (-0,9 p.p.) e 6,5% (+0,9 p.p.) das viagens. Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, decresceram as que tiveram como destino o conjunto dos países da União Europeia (-3,9 p.p. face a 2021, para 78,5% do total).
Recurso à internet na organização de viagens ganhou expressão em ambos os destinos, no trimestre e no conjunto do ano 2022
No 4º trimestre de 2022, 33,9% das viagens foram efetuadas recorrendo à marcação prévia de serviços (+7,0 p.p.), proporção que atingiu 91,5% (+1,9 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. A reserva antecipada de serviços esteve associada a 25,8% das viagens em território nacional (+4,9 p.p.). A internet foi utilizada no processo de organização de 23,1% das deslocações (+5,4 p.p.), tendo este recurso sido opção em 69,4% (+0,7 p.p.) das viagens para o estrangeiro e 16,6% (+3,8 p.p.) das viagens em território nacional.
Em 2022, as viagens com marcação prévia representaram 37,9% do total (+7,0 p.p. face a 2021) e 93,4% das destinadas ao estrangeiro (+9,7 p.p.). O recurso à internet ocorreu em 25,8% (+6,7 p.p.) das viagens em 2022, 20,0% nas viagens nacionais (+3,6 p.p.) e 68,6% nas viagens ao estrangeiro (+4,6 p.p.).
“Hotéis e similares” reforçaram representatividade no trimestre e em termos anuais
Os “hotéis e similares” concentraram 25,8% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 4º trimestre de 2022, aumentando a sua representatividade (+6,6 p.p.; +3,5 p.p. face ao 4ºT 2019). O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (69,5% das dormidas), embora com diminuição do seu peso no total (-7,8 p.p.; -4,1 p.p. face ao 4ºT 2019).
No ano 2022, as dormidas em “alojamento particular gratuito” perderam preponderância no total, correspondendo a 60,8% (66,3% em 2021). Em sentido contrário, os “hotéis e similares” aumentaram a sua representatividade (29,0% do total das dormidas, +5,6 p.p.), em resultado do acréscimo de 48,1% do número de dormidas neste tipo de alojamento, face a 2021. Aumento da duração média das viagens no 4ºT de 2022, mas diminuição no total do ano No 4º trimestre de 2022, cada viagem teve uma duração média de 3,38 noites (3,27 no 4ºT 2021; 3,15 no 4ºT 2019). A duração média mais baixa foi registada no mês de novembro (3,23 noites), enquanto a mais elevada ocorreu em Outubro (3,51 noites).
No total do ano 2022, cada viagem teve uma duração média de 4,21 noites (4,72 noites em 2021 e 4,05 em 2019).
Aumento da proporção de turistas residentes no trimestre, mas abaixo dos níveis de 2019
A proporção de residentes que realizou pelo menos uma deslocação turística no 4º trimestre de 2022 foi 20,8%, reflectindo um acréscimo de 3,2 p.p. face ao mesmo período do ano anterior (22,2% no 4ºT 2019).
Numa análise mensal, registaram-se aumentos na proporção de residentes que viajou em novembro e dezembro (+2,1 p.p. e +2,6 p.p., respectivamente, face aos mesmos meses de 2021), com ligeira diminuição em outubro (-0,8 p.p.). Em comparação com os mesmos meses de 2019, as variações observadas foram de -0,9 p.p. em Outubro, -0,6 p.p. em novembro e -1,0 p.p. em Dezembro.