Renovada Doca da Marinha dá mais encanto à frente ribeirinha de Lisboa
A Doca da Marinha, fronteira ao Campo das Cebolas agora denominado Largo José Saramago, junto à reabilitada Estação Sul-Sueste e a dois passos do Terreiro do Paço, é uma daquelas preciosidades que existem em Portugal e que, por desmazelo, por falta de visão estratégica urbanística ou por inércia burocrática e institucional foram sendo esquecidos ao longo de décadas, votadas ao abandono e vedadas ao público.
Em boa hora a autarquia de Lisboa decidiu reabilitar toda a zona ribeirinha, do Cais do Sodré à Estação de Santa Apolónia. Iniciada com a construção do novo terminal de cruzeiros, a reconstrução do Muro das Namoradeiras, a retirada do aterro do Cais das Colunas, a reabilitação e equipamento da Estação Sul e Sueste e a criação do Centro Tejo para promoção do rio, a reabilitação do Campo das Cebolas e, finalmente, a Doca da Marinha, só possível após acordo com a Armada Portuguesa.
O investimento de reabilitação da Doca da Marinha ascendeu a mais de 20 milhões de euros por parte da Câmara Municipal de Lisboa, a cargo da Associação do Turismo de Lisboa. João Luís Carrilho da Graça foi o arquitecto da toda a magna obra de frente de rio e a ele, a cidade, os lisboetas e portugueses em geral devem um merecido reconhecimento.
Queremos “que aqui exista um grande centro de actividades de lazer marítimo-turísticas" - referiu recentemente o CEO do grupo Lean Man, Bernardo Delgado.
Com a abertura do restaurante Anfíbio em véspera da comemoração do 25 de Abril, também ele projectado por Carrilho da Graça, a Doca da Marinha ganha a vida e a animação que durante décadas lhe faltou e constitui mais um lugar de visita obrigatória dos portugueses e dos muitos turistas que nos visitam.
Prolongando-se ao longo de 300 metros da margem do Tejo, a Doca da Marinha é um espaço que conta com mais de 20.000 m2 (dois ampos de futebol) e uma estrutura composta por 5 edifícios e diversos espaços ao ar livre.
Um restaurante, quatro quiosques, uma praça com cerca de 7.000 m2 para a realização de grandes eventos e, naturalmente, uma doca totalmente equipada para as embarcações da marítimo-turística, constituem as traves mestras deste projecto levado a cabo pelo grupo português Lean Man, que, a seu tempo, foi o vencedor do concurso lançado pela Associação do Turismo de Lisboa, e no qual investiu 3,5 milhões de euros. Queremos “que aqui exista um grande centro de actividades de lazer marítimo-turísticas - referiu recentemente o CEO do grupo Lean Man, Bernardo Delgado. Em que, a par de barcos-táxi e veleiros, possam ser exibidas e postas em plena actividade embarcações tradicionais do Tejo, como aquelas que já aqui se encontram: canoas, varinos ou botes".
A quando do lançamento do projecto de reabilitação da Doca da marinha chegou a ser falado que ali seriam fundeados os navios Esola Sagres e o Navio de Treino de Mar Creoula, não se sabendo ainda se essa intenção virá a ser concretizada