Vão chegar mais de 4.500 novos fogos residenciais na cidade de Lisboa nos próximos dois anos
Nos próximos dois anos são esperados mais de 4.500 novos fogos residenciais na cidade de Lisboa, indica Estudo de Mercado Residencial 2023 da Savills Portugal.
Portugal tem mantido uma posição privilegiada emnquanto destino atrativo para os compradores estrangeiros. No final de 2022, o investimento residencial estrangeiro ascendeu aos 3.6 mil milhões de euros, num total de 10.722 propriedades vendidas. Uma procura que se mantém sólida, assente nos fortes fundamentos de mercado como segurança, clima e condições de vida, também agora alicerçada na crescente transição para a economia digital que permite a qualquer pessoa trabalhar de forma remota em qualquer parte do mundo.
De acordo com o "Savills Executive Nomad Index" citado no estudo, Lisboa foi considerada a melhor cidade do mundo para nómadas digitais, ultrapassando cidades como Miami, Dubai e Barcelona.
França, Reino Unido, Brasil, China e Estados Unidos da América têm liderado as tabelas de vendas, apresentando perfis de compradores que centram a sua procura nas zonas de maior excelência com vista a aquisição de residência permanente ou second home em edifícios de prestígio, de elevada qualidade arquitétónica.
"Olhando para o número de compradores internacionais que investem em Portugal, os mesmos poderão representar a nível global cerca de 15% do mercado. No entanto, se olharmos apenas para o mercado high end, onde nos posicionamos, os clientes estrangeiros representam mais de 50% das transações efetudas, um valor que se deverá manter. Este tipo de investidor não sente, naturalmente, o impacto da inflação e da subida das taxas de juro da mesma forma e continua a considerar o nosso mercado como um dos mais atrativos", aponta Miguel Lacerda, Lisbon Residential Director, Savills Portugal.
No final de 2022, foram vendidas na Área Metropolitana de Lisboa aproximadamente 51.000 casas, número totalmente em linha com o ano 2021.
Num ano desafiante, este resultado observou um decréscimo muito residual de 1,4% e ficou acima da média anual a cinco anos (49.540 unidades).
A cidade de Lisboa contabilizou a maior fatia de transações na Área Metropolitana de Lisboa com aproximadamente 11.300 casas vendidas, seguida pelos municípios de Sintra, Setúbal e Cascais.
Nos últimos anos, Oeiras e Cascais têm-se assumido como zonas naturais de expansão do mercado residencial de Lisboa. Oeiras oferece um mercado direccionado para tipologias de maior dimensão, com os projectos direccionados para famílias de rendimento médio alto – alto a proliferarem. Já Cascais, destaca-se pelo desenvolvimento de projetos pensados para o mercado high-end e luxury.
De acordo com o pipeline levantado pela Savills, são esperados mais de 4.500 novos fogos residenciais nos próximos dois anos no município de Lisboa (considerando apenas projectos em estado de construção actual). Contudo, é importante frisar que à data de publicação deste relatório, apenas 32% das unidades residenciais estão disponíveis para comercialização, números que provam a forte dinâmica da procura.
A Zona Prime, que compreende artérias de excelência como Avenida da Liberdade e Chiado a par de zonas localizadas nos anéis mais periféricos do coração da cidade, como o Lumiar, contabilizam o maior número de fogos novos.
Os preços médios de venda de imóveis novos na Área Metropolitana de Lisboa em 2022 registaram um decréscimo de quase 7% face aos preços de 2021, fechando o ano em 5.399 euros/m2, valor que significa uma maior estabilização e abrandamento do ritmo de crescimento face aos anos anteriores, enquanto os preços médios de venda de imóveis usados aumentaram cerca de 5%, fixando-se em 3.225 euros/m2.
Já no segmento de luxury (5% propriedades mais caras) uma análise efetuada, desde o ano 2011, revela que os preços pedidos no segmento novo se situavam em 5.000 euros/m². Em 2022, atingiram 11.500 euros/m², com um crescimento constante nos últimos 12 anos.
Perante os desafios que os aumentos dos custos de construção impuseram ao mercado, a Savills questionou três dos mais importantes developers do mercado residencial presentes em Portugal sobre o impacto desta subida no preço final dos seus projetos.
Sobre esta colaboração Alexandra Portugal Gomes afirma "no cômputo geral, o sentimento é de otimismo, ainda que com maior moderação. Os projetos continuam a avançar com o acomodamento da subida dos custos de construção a refletirem-se nos valores de asking price nos projetos em fase de venda. Para 2023, prevemos um continuo desenvolvimento de novos projetos, com ligeira subida de preços".
Esta edição do estudo inclui ainda um Buyers Guide exclusivo, dando a conhecer as zonas e bairros do mercado residencial da cidade de Lisboa, incluindo informações legais sobre o processo de aquisição de propriedade residencial em Portugal.