
Perspectiva da futura ponte publicada no «Correio da Manhã»
Terceira Travessia do Tejo tem apoio da maioria dos autarcas da Margem Sul
O projecto da Terceira Travessia do Tejo (TTT), anunciado pelo Governo de Luís Montenegro a 14 de Maio, ganha apoios político e técnicos. A infraestrutura integra o plano da linha de Alta Velocidade Lisboa–Madrid e a futura ligação ao novo Aeroporto Internacional Luís de Camões, em Alcochete.
A proposta vai além da ponte rodoferroviária entre Chelas (Lisboa) e o Barreiro, incluindo também uma ligação rodoviária entre o Barreiro e o Seixal. Segundo o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, os estudos ambientais e técnicos deverão estar concluídos até ao primeiro trimestre de 2026.
A Câmara Municipal do Seixal acolheu com entusiasmo a decisão. “Foi sempre esta a solução que o Seixal defendeu”, afirmou o presidente Paulo Silva (PCP/PEV), sublinhando o envolvimento da autarquia nos grupos de trabalho para a nova travessia e a importância da futura ligação Seixal–Barreiro. O autarca destacou ainda o potencial da nova ponte para integrar o Metro Sul do Tejo, reforçando o transporte público na região.Recorde-se que actualmente este metro de superfície circula apenas entre Cacilhas, Monte da Caparica (Universidade) e Corroios, e anuncia-se agora a sua extensão para a Costa da Caparica e Trafaria. O projecto original do MST, formulado na década de 1990, previa uma rede em três etapas abrangendo Almada, Seixal e Barreiro. A 1.ª fase foi concluída, mas as extensões previstas ficaram por concretizar até hoje.
No Barreiro, o presidente da câmara, Frederico Rosa (PS), considerou o anúncio do Governo Montenegro “uma vitória nacional e internacional”, apontando 2030 como possível horizonte para o início das obras.
Embora o projecto seja, em geral, bem acolhido pelos municípios da Margem Sul, a Ordem dos Arquitectos alertou para os possíveis impactos urbanísticos, sobretudo em Chelas e Barreiro, exigindo estudos detalhados sobre a integração urbana e viária da ponte.
A Terceira Travessia é vista como peça-chave para a coesão territorial e o desenvolvimento económico da região, mas especialistas e autarcas sublinham a importância de equilibrar os ganhos em mobilidade com os impactos ambientais e urbanos.