Sector dos edifícios está a descarbonizar, mas não chega: é necessário mais ...
O 5.º Relatório de Progresso do Grupo de Coordenação da ELPRE (Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios de Portugal) destaca a urgência de aumentar os investimentos na reabilitação energética de edifícios
O Grupo de Coordenação da ELPRE recomenda a implementação de medidas abrangentes, como melhorar a informação sobre edifícios, fortalecer incentivos financeiros para eficiência energética e estabelecer planos de acção para a reabilitação da Administração Pública.
O sector dos edifícios está a caminhar numa trajectória favorável face à descarbonização, com o consumo de energia primária e as emissões de CO2 a registarem uma queda nos últimos anos. No entanto, “é necessário reforçar o investimento na reabilitação energética para atingir todos os objectivos definidos para 2050” - sublinha o relatório.
Esta trajectória rumo à descarbonização resulta do actual mix energético e de alguns esforços ao nível da reabilitação energética do parque edificado nacional. Os resultados obtidos podem sofrer alguns ajustes nos próximos anos uma vez que foram afectados por um conjunto de factores, nos quais se englobam a alteração dos padrões de consumo devido à pandemia COVID-19, as alterações a montante na produção de energia, o fim do uso do carvão no sistema electroprodutor e os aumentos generalizados dos preços da energia, consequência também da guerra na Ucrânia.
De acordo com o 5.º relatório de progresso de monitorização da Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE), o consumo de energia primária no sector dos edifícios reduziu cerca de 4,2%, tendo as emissões de CO2 diminuído 44,1%, enquanto a percentagem de área de edifícios renovados com enfoque na eficiência energética, estima-se estar próxima apenas dos 2%, face a 2018. O relatório alerta para a necessidade de se reforçar o investimento na reabilitação energética dos edifícios e refere que este sector continua a ser responsável por 33% do consumo de energia final e por cerca de 18% das emissões totais de GEE (gases com efeito de estufa).