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Ministro admite falta de mão de obra como obstáculo à construção e à oferta de habitação
O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, afirmou hoje que a falta de mão de obra está a travar o avanço de vários projectos de construção em Portugal, contribuindo para a escassez de habitação no país.
Durante uma audição na Comissão de Reforma do Estado e Poder Local, o governante reconheceu que “muitos edifícios estão a ter dificuldades em ir para o terreno por carência de mão de obra”, frisando que, apesar das divergências sobre os custos das obras, a falta de trabalhadores é uma realidade. “Se houvesse mão de obra abundante, as obras seriam adjudicadas a outros preços”, sublinhou.
Para responder ao problema, Castro Almeida destacou a importância da imigração, tanto espontânea como promovida por empresas e associações empresariais, através de programas que garantem emprego e alojamento digno aos trabalhadores estrangeiros. Segundo o ministro, esta via tem vindo a ganhar ritmo, com “muitíssimas pessoas a vir para Portugal com processos de integração mais rápidos”.
O ministro referiu ainda programas de cooperação com países africanos de língua portuguesa, que incluem formação profissional ajustada às necessidades das empresas portuguesas, permitindo a integração de trabalhadores já qualificados.
Castro Almeida recordou também as medidas do Governo para baixar os preços da habitação, como a flexibilização dos Planos Directores Municipais para permitir construção em terrenos rústicos, ajustes fiscais e o lançamento de uma linha de financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI) destinada às autarquias.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de preços da habitação aumentou 17,2% no segundo trimestre de 2025, com as casas existentes a subir 18,3% e as novas 14,5%, reflectindo o agravamento da crise no sector.