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Mercado europeu de escritórios cresce e pressiona rendas prime; Lisboa sobe 7,1%

Piccadilly Circus, o coração da City em Londres. Foto de Jimmy Baikovicius em Wikimedia

Mercado europeu de escritórios cresce e pressiona rendas prime; Lisboa sobe 7,1%

21 de novembro de 2025

O mercado europeu de escritórios registou um aumento homólogo de 3% na ocupação entre o primeiro e o terceiro trimestre de 2025, enquanto as rendas prime subiram, em média, 4,9%, revela o relatório European Office Occupational Q3 2025 da Savills. A tendência está a ser impulsionada pela recuperação gradual da procura no sector tecnológico e pela resiliência dos serviços financeiros.
Entre Janeiro e Setembro, Frankfurt (+76%), Dublin (+46%), Barcelona (+41%), Praga (+36%) e a City de Londres (+18%) superaram largamente a média de absorção dos últimos cinco anos, destacando-se como os mercados mais dinâmicos. Já Alemanha e França registaram um ritmo mais lento, condicionado pela incerteza política e económica.
A taxa média de disponibilidade na Europa manteve-se em 9,3%, mas nos activos prime desceu para menos de 3% em vários mercados, reforçando a pressão sobre as rendas. Lisboa manteve um cenário estável, com a taxa de disponibilidade a subir ligeiramente de 7,7% para 7,8%. A escassez de produto de qualidade continua, porém, a impulsionar preços: as rendas prime na capital aumentaram 7,1% em termos homólogos.


Foto Arlington em unsplash


Os maiores aumentos foram registados nas zonas centrais mais prestigiadas da Europa: West End de Londres (+17%), centro de negócios de Paris (+13%) e Frankfurt (+13%).
A Savills prevê que a ocupação continue a recuperar em 2026, acompanhando o regresso progressivo ao trabalho presencial. A taxa média de ocupação nos escritórios europeus subiu de 60% para 61% no último ano, ainda abaixo do período pré-pandemia (70%). Consultoras, bancos e gestoras de fundos são dos sectores que mais têm reforçado políticas de presença física — em muitos casos, quatro dias por semana.
Madrid mantém a liderança europeia, com uma taxa média de ocupação de 68%, apoiada pela elevada densidade populacional no centro urbano, deslocações curtas e uma cultura profissional que privilegia a presença no escritório.
Com a Oxford Economics a prever a criação líquida de mais de 600 mil empregos de escritório na União Europeia nos próximos cinco anos, a Savills antecipa que tanto o crescimento do emprego como a maior presença física sustentem a procura por espaços de escritórios em 2026.

Cenário económico moderadamente positivo
A economia da zona euro mantém um crescimento ligeiro, com um aumento do PIB de 0,2% no terceiro trimestre. O Indicador de Sentimento Económico (ESI) atingiu em Outubro o valor mais alto desde Fevereiro, reflectindo maior confiança. A previsão de crescimento do PIB para 2025 foi revista em alta para 1,3%, esperando-se um abrandamento para 0,8% em 2026. Prevê-se também um alinhamento entre países, com recuperação na Alemanha e França e continuidade do bom desempenho no sul e nos países nórdicos.