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Foto de Cornelius Kibelka from Berlin - wikimedia

Capela de Nª Sª do Baluarte - Foto de Jcornelius - wikimedia

Ilha de Moçambique: mais antiga edificação colonial do Índico vai ser reabilitada

8 de abril de 2023

Erguida em 1522 pelos homens da Armada de D. Pedro de Castro, que ali fizeram escala a caminho da Índia, a Capela de Nossa Senhora do Baluarte é considerada a edificação colonial mais antiga de toda a costa do Índico. Situa-se no extremo norte da Ilha de Moçambique, actualmente dentro do perímetro da Fortaleza de São Sebastião.

Os governos de Portugal e Moçambique e a construtora Mota-Engil assinaram a 15 de Fevereiro um memorando de entendimento para reabilitação da Capela de Nossa Senhora do Baluarte, na Ilha de Moçambique e, segundo foi noticiado, as obras de reabilitação deverão ter início no próximo mês de Maio.


Foto de Erik Cleves Kristensen - wikimedia


“Temos uma grande responsabilidade, reabilitar esta capela com robustez para que tenha uma durabilidade de mais 500 anos”, ou seja, mais tantos quantos completou em 2022, afirmou Aníbal Leite, director-executivo da Mota-Engil África na altura da subscrição do acordo.

A empresa portuguesa, de capitais chineses, vai realizar o trabalho a preço de custo, enquadrando-o nas suas acções de responsabilidade social e nas suas acções de formação, nomeadamente entre os trabalhadores da Ilha de Moçambique.

A Fundação Manuel António da Mota, fundador da empresa, vai também contribuir monetariamente para a requalificação. Os trabalhos deverão prolongar-se “por seis a oito meses”, atendendo à “complexidade” de alguns pormenores e aos requisitos de material, detalhou na altura aquele gestor da Mota Engil.


Foto de Spielkind - wikimedia


Oiçamos a descrição que, dela, faz o arquitecto José Manuel Fernandes: “Constitui basicamente uma "caixa cúbica" de alvenaria, interiormente abobadada (tendo num dos fechos a Cruz de Cristo e quatro esferas), e com um rendilhado de ameias no coroamento externo - seguindo assim o tipo dos pequenos templos poligonais manuelinos, de planta centrada. Posteriormente foi-lhe aposto um alpendre, com arcos redondos, que já existia no século XIX (talvez de influência indo-portuguesa). Luminosa na sua cor branca, sobre o intenso azul-marinho das águas do Índico, foi na década de 1990 restaurada pela Comissão Nacional para a Comemorações dos Descobrimentos Portugueses”.