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Hotelaria e retalho foram os sectores que 'brilharam' em 2023

5 de janeiro de 2024

O investimento em imobiliário de rendimento ascendeu a 1.600 milhões de euros em 2023, de acordo com a CBRE, representando uma queda de 50% face a 2022. Mas os sectores hoteleiro e de retalho em conjunto totalizaram 1.142 milhões de euros transacionados e representaram 73% das transações totais. A consultora fechou o ano como líder de mercado, com uma quota de participação de 72% no volume transaccionado.

O investimento distribui-se sobretudo pelas regiões de Lisboa, que captou 26%, Porto com 17% e Algarve que, devido ao enorme dinamismo do sector de hotéis, captou 20% do total do valor investido em imobiliário. Em hotelaria, a consultora adianta ainda que 82% do capital investido é de origem estrangeira.

A distribuição por sectores posiciona a hotelaria e o retalho como sectores estrela, nomeadamente com 39% e 34%, seguidos do sector de escritórios com 10%, as residências de estudantes que representaram 7% e os sectores de industrial e residencial na cauda da tabela, com 5% e menos de 1%, respectivamente.

O ano de 2023 registou um total de 94 transacções, 60% abaixo do ano anterior. Entre as dez maiores transacções do ano, a CBRE esteve envolvida em nove, num total de 855 milhões de euros. No top 3 de operações estão a aquisição dos hotéis Dom Pedro pela Arrow Global, a venda do portefólio Amália - 150 supermercados - à LCN Capital Partners e a transação do resort algarvio Palmares Ocean Living & Golf, vendido pela King Street Capital e Kronos também à Arrow Global.

“2023 foi de facto um ano atípico e de acentuado recuo face ao ano anterior. Com o objetivo de controlar a inflação, as taxas de juro registaram um aumento acelerado, trazendo bastante incerteza a nível de pricing dos ativos e deixando os investidores mais cautelosos. Parece-nos que o retalho e a hotelaria serão de novo em 2024 setores de destaque pela sua performance positiva e sólida mas também prevemos que a procura por produtos alternativos como as residências de estudantes e healthcare continue a aumentar”, comenta Francisco Horta e Costa, Managing Director na CBRE Portugal.

Do lado da ocupação (Números de ocupação de espaços de escritórios e logística fechados até novembro), os escritórios comparam com um 2022 extraordinário, pelo que se registam quebras de 68% no take-up em Lisboa e 15% no Porto, com absorções de 88.000 metros quadrados e 49.500 metros quadrados respetivamente. A renda prime subiu dois euros em Lisboa e um euro no Porto, mantendo-se nos 28 euros por metro quadrado e 19 euros por metro quadrado, respetivamente, prevendo-se, contudo, uma estabilização em 2024.

O sector de logística registou uma absorção de 295.000 metros quadrados até novembro, 29% inferior à registada no ano de 2022. Apesar de manter uma dinâmica interessante e uma elevada procura, o setor foi marcado por uma enorme falta de oferta de qualidade, a qual se espera que chegue a mercado em 2024, provocando um aumento relevante na absorção de espaço.

“Na CBRE Portugal sabemos que em contextos de maior instabilidade e incerteza a nossa equipa tem que ser ainda mais criativa, demonstrando a capacidade de pensar em operações e oportunidades de valor acrescentado para os nossos clientes, fora dos sectores tradicionais. Em 2023, a título de exemplo, assessorámos o processo de venda da holding que detinha o Altice Arena, Ritmos & Blues, à gigante do espetáculo norte americana Live Nation. Também no segmento de student housing estivemos envolvidos na maior transação do ano, assessorando a venda da residência de estudantes Milestone Olaias. Estes exemplos comprovam que o setor está em constante mutação, mas que o nosso país continua bem posicionado para atrair investimento estrangeiro”, afirma Francisco Horta e Costa, Managing Director da CBRE Portugal.