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Inteligência Artificial - Freepik

Finanças e Imobiliário são os sectores que mais usam Inteligência Artificial em Portugal

24 de julho de 2024

Nos últimos anos, o mercado da Inteligência Artificial tem estado em forte crescimento, especialmente no contexto empresarial. De acordo com um estudo recente da Microsoft, a dimensão total do mercado de IA ultrapassou os 241 mil milhões de dólares, projetando-se que atinja os 738 mil milhões de dólares até 2030. O impacto desta ferramenta começa a ser visível em particular no sector das Finanças e Imobiliário, especialmente na realização de tarefas como a análise de contratos e dados, permitindo prever, por exemplo, preços e valores mais adequados, recorrendo a tendências e informações em tempo real.

Com o impacto da IA, os empregadores do sector começam a incluir a adopção destas ferramentas nas suas estratégias, ao mesmo tempo que ajudam as suas equipas a implementar estas tecnologias de forma responsável.
“Pela sua capacidade de analisar e gerar dados a uma velocidade nunca antes vista, permitindo antecipar também tendências, a IA tem vindo a ser também utilizada pelas empresas do sector das Finanças e Imobiliário. Esta é já uma realidade que impacta as estratégias dos empregadores, sendo que se estima que nos próximos três anos 90% das empresas do setor utilizem a IA nas suas operações. Mas num momento em que as empresas se preparam para tirar o máximo proveito destas ferramentas, é essencial que consigam também incluir os profissionais para que estes possam acompanhar o ritmo desta transicção”, explica Nuno Ferro, Brand Leader da Experis.

Perante este panorama, a Experis lança o estudo “O impacto da IA no Mundo do Trabalho”, que revela a utilização e impacto actual da Inteligência Artificial no sector das Finanças e Imobiliário, tanto para empregadores como profissionais, apresentando as tendências atuais da sua adopção e os obstáculos à sua implementação.

1 | Mais de metade das empresas já usa Inteligência Artificial

Actualmente, mais de metade das empresas do setor das Finanças e Imobiliário (53%) já utilizam ferramentas de IA, superando assim a média das empresas em Portugal, que se situa nos 41%.

As empresas do sector planeiam, ainda, acelerar esta implementação de tecnologias de IA nos próximos anos. Num horizonte a três anos, 90% esperam já ter integrado estas novas tecnologias na sua atividade, sendo que apenas 13% das empresas do sector não consideram ou rejeitam a adopção de IA.

2 | Maioria dos trabalhadores acredita que a IA terá um impacto positivo no futuro do trabalho

O impacto da introdução da IA no futuro do trabalho tem vindo a gerar, naturalmente, algumas preocupações por parte dos profissionais, especialmente para aqueles da linha da frente. Apesar disto, a maioria dos trabalhadores (57%) acredita que os impactos da IA no futuro do trabalho serão maioritariamente positivos, apresentando um nível de otimismo ligeiramente inferior à média nacional. Esse sentimento varia com base no nível hierárquico, sendo que os trabalhadores da linha da frente deste setor são os que apresentam o menor otimismo a nível nacional, com apenas 42% a antecipar benefícios da adoção da IA.

Efetivamente, para que o impacto destas ferramentas seja positivo, é essencial que os líderes invistam na preparação dos profissionais de todos os níveis, através de programas de upskilling e reskilling que capacitem as equipas com as habilidades necessárias para acompanhar a transição tecnológica.

3 | Privacidade e regulamentação, resistência à mudança e alto custo são os três maiores desafios para os empregadores

Os empregadores do sector apontam, ainda assim, algumas preocupações na adopção da IA no seu trabalho, onde a privacidade e regulamentação surgem como o principal desafio para estas empresas, fator que pode ser justificado pelo elevado número de dados pessoais com que estas organizações trabalham. Seguem-se ainda preocupações com a resistência dos profissionais à mudança, o alto custo de investimento e a falta de competências necessárias para usar a IA de forma eficaz.

Alguns empregadores consideram ainda que os dados da organização estão mal estruturados para usar IA, e que implementar esta ferramenta de forma eficaz é um processo muito complexo.

4 | Empregadores acreditam num impacto positivo da IA, mas também receiam redução do número de trabalhadores

Quando questionados sobre o impacto da IA nas empresas nos próximos dois anos, mais de 70% dos empregadores antecipam maioritariamente impactos positivos no desempenho dos negócios. Quanto ao impacto no número de colaboradores, ainda que 37% acreditem que a implementação de IA levará ao crescimento das equipas, 39% esperam ver uma redução das equipas, contrariando assim o sentimento otimista a nível nacional.

Ainda assim, os empregadores acreditam que a IA poderá ter um impacto positivo em áreas como os processos de upskilling e reskilling (71%), as necessidades de formação dos trabalhadores (71%) e os processos de recrutamento (66%), entre outros.

Embora a maioria dos empregadores do sector das Finanças e Imobiliário acreditem que as tecnologias baseadas em IA terão um impacto positivo nas diversas operações das suas empresas, quase 40% anteveem que estas ferramentas levarão à redução das suas equipas. Para evitar que isto aconteça e de forma a promover uma transição inclusiva e eficaz, é fundamental que, nos próximos anos, as empresas invistam na formação do seu talento, realocando-o para funções e áreas em que as suas competências sejam úteis e valorizadas.