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Crowdfunding imobiliário é cada vez mais uma alternativa para os pequenos e médios promotores

18 de julho de 2022

Tendo já angariado mais de 1,8 milhões de euros de capital, o Querido Investi Numa Casa! mostra que o crowdfunding é uma nova e atractiva forma de aplicação de poupanças, para os pequenos aforradores particulares, revela Paulo Carreira Silva, Managing Director do Querido Investi Numa Casa! (QIC!).

Em entrevista ao Diário Imobiliário, admite que o interesse neste instrumento irá crescer de forma sustentada no futuro, à semelhança do que já acontece noutros mercados mais avançados, como é o caso dos EUA, Reino Unido e Alemanha, em que o mercado de crowdfunding imobiliário já movimenta centenas de milhões de euros.

Como tem evoluído o crowdfunding imobiliário desde que surgiram no mercado?

O Crowdfunding, tecnicamente Financiamento Colaborativo, é um instrumento de financiamento relativamente recente (CMVM regulamentou no final de 2017), tendo a QIC! sido pioneira na dinamização do crowdfunding imobiliário em Portugal a partir de 2019. Desde então o negócio de crowdfunding imobiliário em Portugal tem vindo a registar um assinalável crescimento (embora com valor absoluto ainda reduzido) não só pela actuação da nossa plataforma, que assegurou a concretização das maiores operações realizadas até à data e já angariou mais de 1,8 milhões de euros de capital, mas também pela actuação no mercado português de outras plataformas de crowdfunding imobiliário.

A tendência de evolução do crowdfunding imobiliário é claramente positiva, sendo cada vez mais percepcionada como um instrumento de financiamento complementar para os promotores imobiliários e, concomitantemente, uma nova e atractiva forma de aplicação de poupanças para os pequenos aforradores particulares (é possível investir um mínimo de 50 euros) e também de investimento para os investidores qualificados que beneficiam de todo o trabalho desenvolvido pela QIC de selecção de activos, due diligence  e estruturação dos investimentos imobiliários.

Quantos projectos já desenvolveram e quanto já foi investido na totalidade?

Salientamos que esta actividade foi impactada pela crise Covid-19, que obrigou à quase total suspensão da actividade entre Março 2020 e Maio de 2021, para assegurar a devida normalização do mercado imobiliário e de investimento. Não obstante essa paragem devida a motivos exógenos e apesar das dificuldades, foram efectuadas duas operações em plena pandemia e até à data já concretizámos seis projectos imobiliários, angariando mais 1.8 milhões de euros, o que coloca a QIC na liderança do mercado de crowdfunding imobiliário em Portugal em valor angariado. 

Qual o perfil dos investidores? e como tem sido a rentabilidade? 

A QIC! atrai investidores de retalho (pequenos e médios aforradores) bem como investidores qualificados. Como todas as operações realizadas pela QIC beneficiam de sólidas garantias reais (primeiras hipotecas de imóveis com elevada liquidez e com Loan – to Value muito conservadores), a QIC proporciona aos investidores rentabilidades ajustadas ao risco assumido muito atractivas, bem como rentabilidades absolutas também elevadas (comparando por exemplo com depósitos a prazo ou com yields de dívida corporativa com risco equivalente).

 Além do Sintra Manor House anunciado esta semana, que outros projectos estão em carteira para lançar?

A QIC! está permanente a triar e estruturar novos projectos, assegurando sempre a selecção de boas oportunidades de investimento, que cumpram com binómios risco-retorno atractivos. Prevemos realizar novas operações a partir do próximo mês de Setembro.

Perante as incertezas que pairam no 'ar' na economia e no mercado imobiliário como se posiciona o crowdfunding neste sector?

Tendo por base a elevada flexibilidade e agilidade com que a QIC analisa e estrutura as operações, a nossa solução de crowdfunding imobiliário é cada vez mais uma real alternativa para os pequenos e médios Promotores Imobiliários angariarem o funding necessário para os seus projectos (podemos estruturar operações até 5,0 milhões de euros).

E como se constata pela rentabilidade oferecida pela operação Sintra Manor House, que remunera o capital investido com retorno bruto de 14,25% a três anos, com juros e capital garantidos com garantia real (primeira hipoteca) com LTV de apenas 35%, claramente esta forma de investimento é um excelente instrumento para aplicação de poupanças, principalmente neste contexto de enorme incerteza e elevadíssima volatilidade dos mercados de capitais.

Acredita que irá continuar a existir interesse por este tipo de investimento?

Estamos convictos que o interesse neste instrumento irá crescer de forma sustentada no futuro, à semelhança do que já acontece noutros mercados mais avançados, como é o caso dos EUA, Reino Unido e Alemanha, em que o mercado de crowdfunding imobiliário já movimenta centenas de milhões de euros.

E como vê o futuro do mercado imobiliário?

Assumindo a necessária precaução motivada pela conflito da Ucrânia e pelas crises energética e logística que enfrentamos, somos ainda assim optimistas face ao futuro do mercado imobiliário em Portugal, quer no que respeita ao mercado residencial (no qual existe ainda um gap muito significativo entre a procura e oferta) quer no segmento comercial e industrial, que beneficiará certamente da vaga de fortes investimentos que se perspetivam no quadro da implementação do Programa de Recuperação e Resiliência. Adicionalmente o mercado imobiliário sempre desempenhou o papel de activo de refúgio e como tal os imóveis são comprados com vista também, a uma protecção face a crises económicas ou a períodos de instabilidade de preços como aqueles que se avizinham.