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NOTÍCIA
Habitação by century 21

Ricardo Sousa, José Cardoso Botelho, Hugo Santos Ferreira e Eduardo Miranda

Conferência DI/«Lisboa é Para Quem»: “O problema da habitação acessível resolve-se com escala”

29 de outubro de 2024

A Conferência «Lisboa é para quem» realizou-se, hoje, na Sociedade de Geografia de Lisboa, com a participação de especialistas do sector, para partilhar os seus contributos sobre os complexos desafios no mercado da habitação na capital. As novas tecnologias e inovação em todos os segmentos deste mercado surgem como solução para tornar a habitação mais acessível.

Instabilidade legislativa, dificuldades no processo de licenciamento em Portugal e no acesso à mobilidade, a redução do IVA na construção, a necessidade de um maior formalismo do mercado de arrendamento e salários que não acompanham o valor habitacional foram os principais problemas levantados em painel.

A segunda conferência volta a ser um momento único para ouvir as grandes tendências e entender as melhores soluções para responder às urgências no sector da habitação e imobiliário. Fernanda Pedro, Directora-Geral do Diário Imobiliário, foi a moderadora activa no debate que reuniu o CEO da Vanguard Signature e Vanguard Properties Portugal, José Cardoso Botelho; o Presidente Executivo da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores (APPII), Hugo Santos Ferreira; o Presidente da Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda, e Ricardo Sousa, Administrador e Director-Executivo da CENTURY 21 em Portugal e Espanha.

Os desafios à habitação na cidade de Lisboa foi o tema central desta conferência, que teve início com a intervenção de Ricardo Sousa, Administrador e Director-Executivo da Marca CENTURY 21 em Portugal e Espanha, que constatou que "Passados 10 anos, a nossa cidade mudou de escala – deixa de ser uma cidade que compete em Portugal, para ser uma cidade que compete a nível mundial – e para competir a nível mundial temos de deixar muito claro onde é que vamos investir, quem é que estamos a atrair. Hoje assistimos a um movimento das pessoas que vivem em Lisboa, principalmente os mais jovens, que começam a procurar casas fora da cidade."  Nesta linha, José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Signature e Vanguard Properties Portugal, referiu que "Lisboa perdeu um terço da população em 40 anos. As dificuldades no processo de licenciamento em Portugal é um problema para os investidores e o maior problema de Lisboa é o péssimo investimento nos transportes públicos e os custos da construção hoje são incompatíveis com o poder de compra dos portugueses."

Na óptica dos promotores imobiliários, Hugo Santos Ferreira, Presidente Executivo da APPII, alertou para a atractividade do país relativamente aos investidores estrangeiros "Portugal é uma escolha evidente por questão da segurança, mas a nossa justiça não funciona, o nosso regime laboral é terrível para as empresas, os nossos programas de investimento e de planeamento deixam a desejar e se continuamos neste caminho não seremos tão atrativos nestas matérias." Salientou ainda que, "Somos um país que começa a ser uma verdadeira capital europeia e acho que nesta última década, com todos estes senãos, o país também muito alavancado pela globalização, internacionalização, também por estes estrangeiros que têm ajudado Portugal a vir para cima, tornou a cidade mais competitiva e o país cresceu nos últimos anos."


Não temos um  verdadeiro mercado de arrendamento...

Sobre o impacto do alojamento local em Portugal, Eduardo Miranda, Presidente da Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP) colocou em perspectiva o crescimento dos custos da reabilitação e a necessidade de criar confiança e estabilidade aos investidores, sublinhando que "Precisamos de estabilidade, regras claras e com regulamentação e políticas bem feitas, é possível impulsionar o alojamento local. O alojamento local veio colocar casas que iam ficar fechadas ao serviço da economia, transformaram-se em emprego."

A tendência de informalidade do mercado de arrendamento em Portugal é uma realidade e Ricardo Sousa, Administrador e Director-Executivo da Marca CENTURY 21 em Portugal e Espanha, referiu que "Não temos um mercado de arrendamento primeiro porque na há oferta e porque é um mercado com pouca transparência e quando houver uma oferta mais formal, maior formalismo vamos ter mais pessoas a arrendar. Não faz sentido uma pessoa com menos de 40 anos, que não sabe se vai ter filhos, estar a comprar uma casa. Nós temos de dar essa opção de arrendamento aos cidadãos e hoje não existe essa opção pela instabilidade legislativa, estamos permanentemente a alterar as regras, não há perspectiva de futuro e os grandes empresários que podem fazer a diferença dizem não vou investir."

As novas tecnologias estão a revolucionar o mercado imobiliário e Hugo Santos Ferreira, colocou em perspectiva que elas podem servir de solução para os crescentes desafios do scetor, sublinhando que "Temos de ser todos criativos e inventivos e trazer, realmente, estas novas tecnologias, estas novas possibilidades, novos investidores, é esse o caminho. Utilizar as novas tecnologias nos vários segmentos, financeiro, arquitectónico, construtivo pode ser uma boa forma para resolver o problema da habitação. Acho que este é o caminho e que não pode ser do futuro, tem de ser já e todos devemos lutar por isso."

O ciclo de conferências que assinalam o 11.º aniversário do Diário Imobiliário contou com o apoio institucional da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários - APPII, da Escola Superior de Actividades Imobiliárias - ESAI e da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN e com o patrocínio da Century 21 Portugal, da TECHNAL e da Associação Portuguesa do Alumínio (APAL). A conferência contou com a comunicação da agência Green Media.

A última conferência deste ciclo do Diário Imobiliário, denominada "No Filters", terá lugar no dia 12 de Novembro, no Prior Velho, na sede da TECHNAL.