Casas custam agora mais 70 mil euros comparando com o período pré-pandemia
A cerca de uma semana do evento APROXIMO do portal de imobiliário Imovirtual, onde se irá falar do mercado imobiliário, Diogo Lopes, Marketing Manager do Imovirtual, admite que a tendência para 2023 é que os preços das casas irão continuar a subir mas de forma mais moderada.
Esta tendência deve-se em parte à maior procura do que oferta, no entanto, as vendas devem ser mais contidas devido a uma maior restrividade dos bancos no crédito à habtação. Por esse motivo, a procura por arrendamento deve-se manter alta. Em 2022 o perfil que mais procurou casa desceu para a faixa etária dos 35 aos 44 anos.
Relativamente à procura internacional verificou-se um aumento do interesse do investidor estrangeiro, sobretudo no 3º trimestre de 2022 e de americanos.
Diogo Lopes avança ainda que este ano regressa o APROXIMO regressa em força ao modelo presencial para criar proximidade para partilha de conhecimento, tanto do mercado imobiliário no geral e respectivas tendências, como de dicas de aperfeiçoamento de negócio, que incluem a melhor utilização de ferramentas de marketing, comunicação e tecnologia.
O evento irá decorrer no Convento do Beato, em Lisboa, no dia 15 de Fevereiro e espera 350 participantes. O Diário Imobiliário é media partner do evento.
Que balanço faz do mercado imobiliário de 2022 e o que podemos esperar para este ano?
O principal balanço que fazemos de 2022 é uma consolidação do aumento do preço das casas. O arrendamento foi a modalidade que registou o maior aumento em relação a 2021, com os preços a ficarem cerca de 25% mais caros. No entanto, é preciso reforçar que o arrendamento médio em 2022 esteve muito próximo do período pré-pandemia, ou seja, cresceu apenas +2% em relação a 2019. No fundo, o mercado apenas se reajustou, alinhando-se com realidade antes da Covid-19, período durante o qual as rendas baixaram bastante. Existem excepções, naturalmente, em algumas localidades como Lisboa, onde de facto se verifica o crescimento constante da renda média.
Já no caso das casas para venda, houve em 2022 um aumento do preço médio de 9%, em relação ao ano anterior. No entanto, se compararmos com o período pré-pandemia, as casas aumentaram de valor cerca de 22%, tornando-se 70 mil euros mais caras. Aqui sim, verificamos um crescimento constante do preço ao longo dos últimos anos, que abranda em 2022 devido a questões como o aumento das taxas de juro, variações no crédito habitação e inflação, que tornaram os compradores mais cautelosos e levaram o mercado a conter o aumento do preço médio de venda. Para 2023, é expectável a continuação destas tendências, ainda que de forma mais moderada.
Quais as tendências actuais na procura de casa?
Podemos desde já antecipar algumas das tendências para 2023, que passam pela continuação do aumento dos preços de compra e arrendamento, mas com mais contenção. Tal será motivado pela continuação de uma forte procura, para a qual a oferta existente não consegue dar resposta. Haverá menos pessoas a comprar casa, com os bancos a terem maior precaução na atribuição dos créditos habitação e uma maior negociação dos valores de compra, algo que os proprietários terão de ter em conta se quiserem fechar negócio. Nesse sentido, prevê-se o aumento da procura por arrendamento, que se torna a única opção para quem não consegue comprar casa.
Devido aos valores de mercado, também se prevê a continuação de uma das tendências que surgiu com a pandemia e as possibilidades do trabalho remoto, que é a procura por cidades do interior do país, onde os preços de compra e arrendamento são mais acessíveis.
Também é expectável a aposta na reabilitação, tanto por particulares que podem assim adquirir imóveis a valores mais acessíveis, como de investidores. Deverá ainda continuar forte o investimento estrangeiro no país.
De que forma conseguem verificar a quebra da oferta e o aumento da procura?
A escassez de oferta em relação à elevada procura é o motivo que cria a actual dinâmica de mercado e que contribui para o aumento dos preços, tanto no arrendamento como na compra de casa.
Durante a pandemia houve uma grande dinâmica de procura de casa, sobretudo de tipologias específicas como moradias, verificando-se também que mais de metade da procura se estava a verificar no interior do país. Ainda assim, as duas principais zonas metropolitanas de Portugal, Lisboa e Porto, continuam a registar a maior procura de casa no geral, sendo naturalmente as áreas com maior densidade populacional e concentração de emprego.
Quem mais procura casa em Portugal?
A nível de perfil, a faixa etária dos 35 aos 44 anos é a que mais procurou casa em 2022, representando cerca de 25% da procura total e ultrapassando a faixa etária dos 45 aos 54 anos, que em 2021 foi a que mais procurou casa. Este fenómeno decorreu na sequência de algumas tendências que surgiram durante a pandemia, como a busca por espaços abertos e por maior conforto na habitação.
A procura internacional continua a aumentar?
A procura de casa em Portugal por parte de compradores estrangeiros cresceu efectivamente em 2022, face ao ano anterior. Apenas no 3º trimestre do ano registámos um aumento muito relevante de 29% em relação ao mesmo período de 2021. É expectável que o interesse estrangeiro no imobiliário nacional cresça, ou pelo menos se mantenha elevado, inclusivamente porque existe um maior poder de compra por parte deste público. Temos verificado um crescimento impressionante do interesse de americanos no mercado nacional, algo que deverá continuar ao longo de 2023, a par com nacionalidades que normalmente já demonstravam interesse em Portugal, como os brasileiros e franceses.
O que espera para o APROXIMO deste ano?
Em 2023 voltamos em grande, e de novo numa edição presencial do APROXIMO, num local emblemático em Lisboa, o Convento do Beato. O line-up é ambicioso e teremos um dos 10 melhores especialistas em marketing online mencionado pela Forbes, Tim Ash, além do Marco Gouveia, consultor em Marketing Digital. Vão estar presentes os peritos em imobiliário Massimo Forte e Gonçalo Nascimento Rodrigues, além de figuras conhecidas como a Teresa Guilherme, que vai falar sobre estratégias de comunicação, entre outros oradores.
As sessões serão muito diversificadas e produtivas, passando pelas tendências mais actuais do mercado imobiliário e por apresentações relacionadas com o sucesso do negócio.Vamos também voltar a premiar as melhores agências, por região e a nível nacional, terminando o dia com um cocktail para celebrar o momento.
Qual a missão deste evento?
O APROXIMO é, sobretudo, um evento para unir os profissionais e especialistas do sector imobiliário. Como o próprio nome do evento indica, queremos criar proximidade para partilha de conhecimento, tanto do mercado imobiliário no geral e respectivas tendências, como de dicas de aperfeiçoamento de negócio, que incluem a melhor utilização de ferramentas de marketing, comunicação e tecnologia. É também uma oportunidade de networking entre os participantes, aos quais se junta um painel de oradores especialistas que contribuem com perspectivas muito significativas para os profissionais do setor.
Como tem sido a adesão?
Este é um evento planeado para cerca de 350 participantes e estamos a ter uma adesão muito positiva. No total das três edições anteriores, tivemos 1500 participantes, 98% dos quais afirmaram que voltariam a participar no APROXIMO. Esperamos voltar a ultrapassar as expectativas de todos os que participarem no evento anual do Imovirtual.