Câmara de Lisboa aprova construção de hotel numa ala privada do Palácio Pombal
A Câmara de Lisboa aprovou hoje o projecto de alteração e ampliação de uma ala privada do Palácio Pombal, classificado como Imóvel de Interesse Público, para a construção de um hotel, com mudança de uso de habitação para turismo.
Em reunião privada do executivo municipal, o projecto de arquitetura para obras de alteração com ampliação de um dos três núcleos que constituem o Palácio Pombal, no imóvel da Rua de O Século, na freguesia da Misericórdia, foi aprovado entre os 17 eleitos, com seis votos contra, nomeadamente dois do PCP, dois do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), um do Livre e um do BE.
A viabilização da proposta foi possível graças à abstenção dos quatro vereadores do PS e os votos a favor dos sete eleitos da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança).
A aprovação da proposta apresentada pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos”), fica, no entanto, condicionada ao cumprimento do parecer da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Reabilitação de um edifício histórico
“A proposta preconiza a realização de obras de alteração e ampliação num imóvel de habitação, com mudança de uso para turismo, para o adaptar a empreendimento turístico (hotel de quatro estrelas) com vinte unidades de alojamento, que incide sobre um dos três núcleos que constituem o Palácio Pombal, classificado como Imóvel de Interesse Público”, lê-se no documento aprovado pela câmara.
A intervenção prevista, segundo a proposta, “irá permitir a reabilitação do edifício de gaveto entre a Rua de O Século e a Rua da Academia das Ciências, com cinco pisos e um logradouro, e do volume edificado sobre as antigas cocheiras do palácio, contribuindo para a valorização do conjunto em que estes se integram, cuja relevância arquitectónica e histórico patrimonial é notória”.
As obras serão no único núcleo do Palácio Pombal que pertence a uma entidade privada, sendo os restantes propriedade municipal e do Estado português.
Mandado edificar na primeira metade do séc. XVII pelo avô de Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, o palácio, após “o terramoto foi ampliado e melhorado, entre 1760 e 1770, já propriedade do referido Marquês, que segundo alguns autores terá nascido nesta casa. O palácio manteve-se na posse dos Marqueses de Pombal até ao 5º Marquês. A partir de então, teve início o período de decadência e degradação do imóvel, que no último quartel do séc. XX conheceu obras de reabilitação”, como refere a descrição na página web da autarquia de Lisboa.