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Christine Lagarde - Imagem PE/DI

Banco Central Europeu prevê novas reduções das taxas de juro

16 de dezembro de 2024

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse hoje que prevê novas reduções das taxas de juro, na sequência da flexibilização já iniciada há vários meses, face à desinflação avançada e ao aumento dos riscos para o crescimento.

"Se os dados que nos chegam continuarem a confirmar o nosso cenário de base, que prevê o regresso da inflação ao objectivo de 2% em 2025 na Zona Euro, a direcção é clara: tencionamos reduzir ainda mais as taxas de juro", declarou Christine Lagarde durante um discurso em Vílnius, na Lituânia.

"A actual política monetária continua a ser restritiva", afirmou.

Na quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) baixou a taxa de referência pela quarta vez desde junho, fixando-a em 3%.

As taxas do BCE têm um impacto directo sobre as taxas de juro do crédito cobradas pelos bancos às empresas e às famílias.

Prudência e mais ambição...

Os mercados antecipam várias descidas das taxas pelo BCE em 2025, a fim de colocar a taxa de referência em "cerca de 2%", um nível considerado neutro e que não penaliza nem apoia a economia.

De acordo com os analistas consultados pela Agência France Presse, o BCE pode seguir esta via porque o ambiente na Zona Euro mudou desde que a inflação atingiu mais de 10% no Outono de 2022.

Dois anos mais tarde, a preocupação prende-se com "perspectivas de crescimento mais fracas do que o esperado e com o aumento da incerteza associada a eventos geopolíticos", afirmou Lagarde.

Confiante num regresso "sustentável" da inflação, o BCE pretende aplicar uma política de taxas de juro "adequada", em função dos dados económicos.

É possível "regressar a uma situação em que o horizonte da política (monetária) possa ser ajustado de acordo com a natureza, a escala e a persistência dos choques, conforme necessário", concluiu Lagarde.

Recorde-se que já durante as últimas reuniões da direcção do BCE várias vozes de governadores de bancos centrais, nomeadamente a do português Mário Centeno, defendiam  uma política mais ambiciosa de redução das taxas.

Lusa/DI