Porto vai ter uma renovada Praça da Corujeira em Campanhã
A proposta do atelier de Miguel Melo Arquitetura, com sede em Guimarães, foi a vencedora do concurso de concepção para a requalificação da praça da Corujeira, no Porto, cujo investimento ascende a 4,4 milhões de euros.
A autarquia deu a conhecer o o vencedor ontem numa cerimónia que decorreu no auditório da Junta de Freguesia de Campanhã, onde marcou presença, entre outros, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que se "mostrou satisfeito" com o passo dado, em face da proximidade com o Antigo Matadouro Industrial, cuja reconversão com base no projecto do arquitecto japonês Kengo Kuma será uma obra estruturante para a cidade.
Das seis propostas apresentadas a concurso, o júri deliberou como vencedor a apresentada pelo atelier Miguel Melo Arquitetura, que segundo o júri se destacou pelo "grande sentido e coerência global", originalidade e inovação.
Segundo os jurados, o conceito do atelier vimaranense constitui um "excelente contributo para a valorização e atractividade da área de intervenção, potenciadora de um novo polo atractivo da cidade do Porto - a Praça da Corujeira".
Além de um prémio de 15 mil euros, o primeiro lugar neste concurso de concepção torna o atelier Miguel Melo Arquiteturaresponsável pela concepção e desenvolvimento do projecto de requalificação do espaço público da Praça da Corujeira e sua envolvente, numa área total de intervenção que ascende a 49.450 metros quadrados.
Uma praça com áreas diferentes
João Sá Couto, representante do atelier vencedor, detalhou na cerimónia as preocupações da equipa na elaboração da proposta que foi desenvolvida sob a premissa de "manter ao máximo e preservar as qualidades da praça, principalmente as qualidades arbóreas".
"Depois, tendo em conta as premissas do concurso, decidimos criar uma série de percursos, com os quais procurámos, de certa forma, dividir a praça em várias áreas diferentes, que servissem para funções diferentes, bem como ciclovias que articulassem todos esses espaços e que fizessem uma articulação mais eficaz com a envolvente", acrescentou João Sá Couto.
Referiu ainda João Sá Couto que o projecto procurou criar uma ligação "mais eficaz" com o projecto do Matadouro Industrial de Campanhã, quer em termos de ciclovias, quer em termos de caminhos pedonais.
A Câmara do Porto lançou, em Janeiro, o concurso de concepção para a elaboração do projecto de requalificação da Praça da Corujeira e da sua envolvente, contudo, o prazo de entrega das propostas, que terminava a 29 de Março, foi prorrogado, devido à pandemia, para 15 Junho.
O júri deliberou a 29 de Setembro, tendo sido ontem conhecidos os nomes dos autores das propostas.
Arvoredo de plátanos preservado
Para o atelier a zona masi do que uma praça é um verdadeiro parque urbano natural (Parque da Corujeira) “sustentável, com referências aos caminhos calcorreados aleatoriamente por quem passeia”, onde os plátanos se mantêm “como a referência, a centralidade, o elemento primordial”.
O “edifício bar” - o único elemento construído no parque - “funcionará como bar, café, quiosque e sanitários”, em “diálogo com o elemento central, os Plátanos” - refere a memória descritiva do projecto. Localizado numa cota superior é um ponto de observação por excelência da natureza envolvente. As áreas transformadas sublinha a memo, , “utilizam materiais naturais de linguagem assumidamente contemporânea, mas respeitando o meio ambiente e as memórias locais”.