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Residencia Universitaria publica em Lisboa - Foto ISTécnico

Alojamento para estudantes: valores médios por cama aumentam 8% face a 14% no ano anterior

30 de agosto de 2024

O mais recente estudo sobre o mercado de Residências para Estudantes em Portugal – classe de activos Purpose Built Student Accommodation (PBSA), elaborado pela consultora Cushman & Wakefield (C&W) confirma “a ascensão desta classe de activos no mercado português”, (mas) revela que a oferta se mantém ainda muito abaixo das necessidades. Já os valores médios por cama continuam a subir, embora a um ritmo inferior ao ano anterior – “um reflexo da inflação mais controlada” - adianta o estudo.

"O sector de PBSA está a tornar-se uma classe de activos cada vez mais consolidada em Portugal. Estamos agora a entrar numa nova fase, passando claramente de um mercado de desenvolvimento para um mercado de activos permanentes e geradores de rendimento", indica Ana Gomes, Head of New Business & Alternatives na Cushman & Wakefield Portugal. Sublinhando: "Nos últimos 12 meses, assistimos a novas aberturas e novos projectos começaram finalmente a ser construídos, embora muitos outros se mantenham atrasados. A procura continua a ser muito superior à oferta e as taxas de aprovisionamento continuam a ser entre as mais baixas da Europa."

Desenvolvido pela equipa de Development & Living da Cushman & Wakefield, o estudo apresenta o panorama actual do mercado de alojamento alternativo e revela, entre outras conclusões, que:


- Portugal apresenta a maior taxa de crescimento de estudantes estrangeiros na Europa – a previsão é que a crescente mobilidade internacional dos estudantes, Europeus e de fora da Europa, aumente a procura de alojamento para estudantes nos próximos anos, ainda que dependente das políticas de migração;

- Há espaço para crescimento significativo no mercado de PBSA, uma vez que a taxa de provisão continua a ser inferior às de outras cidades da Europa. As estimativas actuais indicam a necessidade de, no mínimo, mais 12.000 camas em Lisboa e no Porto para alinhar com a média europeia;

- O crescimento da oferta nos últimos 12 meses na Grande Lisboa e Porto foi moderado, com cerca de 756 novas camas disponibilizadas através de instalações privadas e públicas;

- Apesar da inflação mais controlada, as rendas continuam a crescer a um ritmo significativo, reflectindo o enorme desequilíbrio entre a oferta e a procura. Face ao ano lectivo 2022/23, registou-se um aumento médio anual de 8% nos preços por cama considerando as duas cidades (Lisboa e Porto). Lisboa registou um maior aumento, na ordem dos 10%-11%, enquanto que no Porto o aumento situou-se nos 4%;

- Durante o último ano lectivo, foi transaccionado um número recorde de seis projectos de alojamento para estudantes;

- Prevê-se a entrada de cerca de 1.500 novas camas nos mercados de Lisboa e Porto durante o próximo ano lectivo, das quais pouco mais de 300 serão relativas a projectos públicos;

- Após atrasos recorrentes no licenciamento, alguns projectos receberam finalmente luz verde em termos de licenciamento e estão a ser construídos ou prestes a iniciar a sua construção, nomeadamente o projecto Milestone nas Olaias e The Social Hub  em Carcavelos;

- No que respeita a investimento no sector, o preço médio por cama situa-se entre os 80.000€ e os 100.000€, com excepção da operação da Home & Co que transaccionou a 152.000€/cama – valor claramente atípico, que demonstra inequivocamente a força da localização deste projecto no centro da cidade de Lisboa para alcançar rendas mais elevadas;

- As yields prime de referência que servem de benchmark para o actual mercado de PBSA em Portugal situam-se entre 5,25% e 5,75%, valor que não se alterou nos últimos dois anos.



Residencia Universitária do Marquês de Pombal - Lisboa


Para a Head of New Business & Alternatives na Cushman & Wakefield Portugal, Ana Gomes, "os atrasos no licenciamento continuam a ser um problema, especialmente no caso de alguns grandes projectos em Lisboa, incluindo projectos públicos relevantes. Milhares de novas camas continuam a ser anunciadas pelo Governo, supostamente a serem desenvolvidas com financiamento da UE através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)", indica.

Ainda assim, o estudo revela que a apetência dos investidores pelo mercado português de PBSA mantém-se elevada e as perspectivas de novas operações de financiamento ou de compra a médio prazo são extremamente positivas.