Vilas operárias de Lisboa vão ser reabilitadas para habitação
O município de Lisboa vai reabilitar 34 pátios e antigas vilas operárias da cidade, três bairros já no próximo ano, para ali promover habitação acessível essencialmente dirigida aos mais jovens, anunciou hoje a vereadora da Habitação.
“Fizemos a análise daquilo que são os pátios e vilas de propriedade municipal. Alguns não têm viabilidade, estão em estado muito avançado de degradação […] e, portanto, serão demolidos e o espaço público será devolvido à população, mas naqueles que têm viabilidade avançamos com a requalificação integral”, afirma Paula Marques.
Segundo a responsável, o objectivo é “pôr os fogos em habitação acessível”.
Paula Marques apontou que em causa estão “pequenas áreas” nas freguesias de Campolide, Belém, Beato, São Vicente, Marvila, Ajuda e Alcântara, razão pela qual “faz sentido que [os fogos] sejam direcionados a gente mais nova”.
“Quando lançarmos o concurso para a camada mais jovem, (…) há um condicionante que as pessoas que se candidatam têm de perceber: há um conjunto de população idosa que já é nossa inquilina e que vive nestes pátios e vilas”, alertou.
De acordo com esta responsável, “a ideia é mesmo ser uma coisa inter-geracional”, com “gente mais nova num espaço onde há gente mais velha”.
“O pátio e a vila são óptimos do ponto de vista da promoção da convivência, mais do que um edifício”, considerou.
Investimento de 7 milhões de euros
Nas obras de reabilitação, a Câmara vai ter em conta a “preservação da memória histórica deste tipo de construção, que é muito diferente do resto do património disperso, a requalificação do espaço público interno ao pátio, a requalificação dos devolutos e a requalificação do [edificado] existente”, precisou a também responsável pelo pelouro do Desenvolvimento Local.
Ao todo, o investimento camarário neste projecto é de perto de sete milhões de euros, mas não vai ser todo concretizado em 2017.
No próximo ano, serão apenas requalificados três bairros nas freguesias de Campolide, Beato e Belém, num total de cerca de três milhões de euros.
Paula Marques assinalou que a intervenção com “mais impacto é a Vila Romão da Silva, paredes-meias com as Amoreiras”.
Ali existem também equipamentos, como uma companhia de teatro, que manterá o seu espaço, indicou.
Acrescem as empreitadas de reabilitação da Vila da Bela Vista, no Beato, e do Pátio Paulo Jorge, em Belém.
“Estas três avançam no próximo ano, sem a menor dúvida”, assegurou Paula Marques.
Falando sobre o orçamento camarário para 2017, que foi aprovado na terça-feira pela Assembleia Municipal de Lisboa, a responsável assinalou que o investimento feito em habitação é da ordem dos 35 milhões de euros.
Deste montante, 7,5 milhões de euros serão suportados pelo empréstimo feito ao município pelo Banco Europeu de Investimento (que é de 250 milhões de euros até 2020 e prevê uma fatia de 75 milhões de euros para habitação social).
“Em 2017, é a continuação daquilo que temos vindo a fazer, com maior capacidade de execução, do ponto de vista financeiro”, apontou a vereadora, aludindo a intervenções nos bairros municipais, nos fogos devolutos e em património disperso.
Lusa/DI