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Porto: Concurso para residência de estudantes na Sé avança

5 de dezembro de 2016

O concurso para construir e explorar uma residência para 120 estudantes no morro da Sé, no centro histórico do Porto, vai ser lançado “em breve”, disse o presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Porto Vivo.

Trata-se, a par da disponibilização de 80 casas para arrendar na mesma zona, da “intervenção de cariz mais social” da SRU, a avançar após “vicissitudes várias”, nomeadamente a falência da construtora, explicou Álvaro Santos, que falava à agência Lusa a propósito dos 20.º aniversário da classificação do Centro Histórico do Porto como Património Mundial.

De acordo com o responsável, o futuro da acção da SRU passa também por outro “projecto estruturante na área social” na zona da igreja de Santa Clara, na zona da Batalha.

A intenção é candidatar a intervenção naquela área a fundos comunitários, procurando igualmente “atrair investidores e a mobilizar o interesse público”.

Quanto à residência de estudantes, pensada há cerca de oito anos, estão em causa “cerca de 8 mil metros quadrados”, e um concurso para lançar “em breve”.

Também no morro da Sé, a SRU prepara-se para lançar outro concurso, para arrendar “30 das 80 novas fracções habitacionais e dez das 20 frações comerciais”.

É neste local que, desde “Dezembro de 2014” estão a ser realojadas as famílias que tiveram de abandonar as suas casas para permitir a recuperação do edificado por parte da SRU.

“Só no morro da Sé, temos 10 milhões de euros de fundos comunitários e 10 milhões de um empréstimo ao Banco Europeu de Investimento. Estamos a falar de 20 milhões de euros. Esta é a nossa intervenção de cariz mais social”, afirmou.

 

Reabilitação do “Quarteirão da “Casa Forte”

O responsável assinala, ainda, o projecto “estruturante”, a “custo zero para o erário público”, previsto para a Praça D. João I, no designado quarteirão da Casa Forte.

“Vai ser um quarteirão importante, a par com a reabilitação do Mercado do Bolhão. Esta zona da cidade, nomeadamente a rua Sá da bandeira, vai ser um novo polo de atracção”, assegura.

Segundo o presidente da SRU, o projecto para a Praça D. João I “vai ter fundamentalmente uma componente habitacional, com tipologias T2, T3 e T4”.

A isto soma-se “uma praça de usufruto público e um parque de estacionamento por baixo”.

Álvaro Santos recusa que a intervenção da SRU esteja a afastar habitantes do centro histórico do Porto.

“Pelo contrário, está a atrair pessoas. Trazer novamente as pessoas para o centro histórico é um dos principais objectivos que está a ser conseguido, paulatinamente”, assegura.

O presidente da Porto Vivo lembra que, “entre 1981 e 2011, o Porto perdeu 90 mil habitantes”, ou seja, “30% da população”.

Já o centro histórico “perdeu metade da sua população: tinha 10 mil pessoas em 1981 e passou a ter cinco mil em 2011”.

“Não se consegue recuperar uma sangria de 30 anos em meia dúzia de anos, mas o objectivo está a ser alcançado”, notou.

Lusa/DI