Porto: Concurso para residência de estudantes na Sé avança
O concurso para construir e explorar uma residência para 120 estudantes no morro da Sé, no centro histórico do Porto, vai ser lançado “em breve”, disse o presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Porto Vivo.
Trata-se, a par da disponibilização de 80 casas para arrendar na mesma zona, da “intervenção de cariz mais social” da SRU, a avançar após “vicissitudes várias”, nomeadamente a falência da construtora, explicou Álvaro Santos, que falava à agência Lusa a propósito dos 20.º aniversário da classificação do Centro Histórico do Porto como Património Mundial.
De acordo com o responsável, o futuro da acção da SRU passa também por outro “projecto estruturante na área social” na zona da igreja de Santa Clara, na zona da Batalha.
A intenção é candidatar a intervenção naquela área a fundos comunitários, procurando igualmente “atrair investidores e a mobilizar o interesse público”.
Quanto à residência de estudantes, pensada há cerca de oito anos, estão em causa “cerca de 8 mil metros quadrados”, e um concurso para lançar “em breve”.
Também no morro da Sé, a SRU prepara-se para lançar outro concurso, para arrendar “30 das 80 novas fracções habitacionais e dez das 20 frações comerciais”.
É neste local que, desde “Dezembro de 2014” estão a ser realojadas as famílias que tiveram de abandonar as suas casas para permitir a recuperação do edificado por parte da SRU.
“Só no morro da Sé, temos 10 milhões de euros de fundos comunitários e 10 milhões de um empréstimo ao Banco Europeu de Investimento. Estamos a falar de 20 milhões de euros. Esta é a nossa intervenção de cariz mais social”, afirmou.
Reabilitação do “Quarteirão da “Casa Forte”
O responsável assinala, ainda, o projecto “estruturante”, a “custo zero para o erário público”, previsto para a Praça D. João I, no designado quarteirão da Casa Forte.
“Vai ser um quarteirão importante, a par com a reabilitação do Mercado do Bolhão. Esta zona da cidade, nomeadamente a rua Sá da bandeira, vai ser um novo polo de atracção”, assegura.
Segundo o presidente da SRU, o projecto para a Praça D. João I “vai ter fundamentalmente uma componente habitacional, com tipologias T2, T3 e T4”.
A isto soma-se “uma praça de usufruto público e um parque de estacionamento por baixo”.
Álvaro Santos recusa que a intervenção da SRU esteja a afastar habitantes do centro histórico do Porto.
“Pelo contrário, está a atrair pessoas. Trazer novamente as pessoas para o centro histórico é um dos principais objectivos que está a ser conseguido, paulatinamente”, assegura.
O presidente da Porto Vivo lembra que, “entre 1981 e 2011, o Porto perdeu 90 mil habitantes”, ou seja, “30% da população”.
Já o centro histórico “perdeu metade da sua população: tinha 10 mil pessoas em 1981 e passou a ter cinco mil em 2011”.
“Não se consegue recuperar uma sangria de 30 anos em meia dúzia de anos, mas o objectivo está a ser alcançado”, notou.
Lusa/DI