O MIPIM, o Brexit e a atracção do investimento estrangeiro
O MIPIM, a mais internacionalizada feira do imobiliário em todo o mundo, que decorre desde ontem em Cannes e se prolonga até ao próximo dia 17, sexta-feira, está a ser marcada pelo Brexit e suas consequências.
Segundo refere a imprensa francesa, os ingleses desencadearam na Côte d’Azur uma campanha de sedução sem precedentes, num momento em que o investimento imobiliário no Reino Unido depois do fatídico referendo de 23 de Junho passado revela uma quebra de 25 a 30%. Os britânicos não parece terem deixado nada ao acaso, ao ponto do Governo da Grã-Bretanha se fazer representar em Cannes através da Câmara de Comércio Internacional, com o objectivo de promover a atractividade do mercado britânico junto dos investidores internacionais.
Segundo refere o Le Figaro, “num clima económico favorável, a City continua a mostrar sólidos argumentos. As suas rendas são estáveis. A taxa de disponibilidade dos imóveis no centro de Londres está no seu menor valor (4,3 %). E o rendimento dos activos «prime» aumenta ligeiramente. «Com a quebra da libra esterlina e não obstante as incertezas, esses rendimentos tornaram-se novamente um pouco mais atraentes para os investidores estrangeiros», sublinha Neil Blake, economista-chefe da CBRE para a Europa Médio Oriente e África (EMEA) em Londres.
Não obstante, todos os demais países, cidades e mercados tentam aproveitar a situação de instabilidade e imprevisibilidade do sector imobiliário no Reino Unido. Uma vez que é um dado adquirido e um facto inegável que muitas sedes de empresas internacionais procuram ‘trocar’, ou pelo menos emagrecer a presença em Londres, para assentar arraiais numa qualquer outra capital da União Europeia. O problema que se coloca, como refere o diário francês, é que neste mundo do imobiliário é muito difícil quantificar os eventuais abandonos da City, nomeadamente das empresas ligadas ao sector financeira, porque qualquer mudança exige muito tempo e ponderação.
