Mercado de escritórios no Porto cresce 5% em 2021
A procura e a expansão de empresas na cidade do Porto, traduziu-se numa área colocada de 56.585 m2 (63 operações registadas no total) no final do último ano, mais 5% (2.729 m2), comparativamente ao período homólogo.
De acordo com a Predibisa, consultora da região Norte do país, nos últimos dois anos, mesmo com os constrangimentos da pandemia, a dinâmica do mercado de escritórios na cidade do Porto registou um crescimento progressivo.
“Verificamos um aumento de 5% (mais 2.729 m2), comparativamente ao período homólogo (2020), fortemente sustentado pelo número de transacções, que passou de 50 para 63 (crescimento de 30%). A Predibisa consolidou assim a sua posição de liderança no mercado de escritórios da região norte, ao longo de 2021, sendo responsável por 19.877 m2 colocados (35% da área total absorvida) e mais de 1/3 das operações realizadas (23 em 63). Os meses de Dezembro, Agosto e Setembro foram os melhores meses do ano em termos de absorção de área com cerca de 36.500 m2, mais de metade da área total colocada em 2020 (...)”, explica o director do departamento “corporate” da Predibisa, João Leite de Castro.
A zona do Central Business District da Boavista continua a ser a principal zona de destaque do mercado de escritórios, com mais de 43% da área total colocada (24.804 m2) e mais de 50% das transacções registadas no acumulado do ano (33 em 63), seguindo-se Matosinhos com 10.429 m2 (5 operações); outras zonas do Porto com 7.615 m2 (4 operações); a ZEP (Zona Empresarial do Porto) com 3.962 m2 (3 operações); Out of Town com 3.500 m2 (1 operação); Vila Nova de Gaia com 2.921 m2 (5 operações); CBD Baixa com 2.630 m2 (9 operações); Maia com 470 m2 (2 operações) e, por último, a zona Oriental da cidade com 254 m2 numa operação.
Relativamente às transacções de maior dimensão registadas ao longo do último ano, a consultora destaca sete operações com áreas superiores a 3.000 m2, porque se existiam dúvidas relativamente à funcionalidade e desempenho dos colaboradores em teletrabalho, agora existe a certeza de que a solução híbrida, adotada por várias empresas, é actualmente uma realidade e a solução mais equilibrada. Hoje, a preocupação na escolha dos edifícios motiva as empresas a avaliar a qualidade das instalações, conforto, sustentabilidade e mobilidade, aumentando a procura pelos edifícios novos que preencham estas condições.
“E entre os principais factores de procura está sobretudo a necessidade de expansão de área (cerca de 46% das empresas); a mudança de instalações (29%) e, por último, a captação de novos players para a região (25%), sobretudo em empresas ligadas ao sector dos Outros Serviços (28%); Farmacêuticas e Saúde (23%); Serviços a Empresas (20%); TMT’s & Utilities (14%) e outras entidades ligadas aos Serviços Financeiros, Consultoria e Advocacia, “Construção e Imobiliário e Produtos de Consumo (restantes 15%)”, reforça João Leite de Castro.
De salientar ainda que com o controlo da pandemia e as oportunidades já existentes em termos de procura, as perspectivas da Predibisa para 2022 neste segmento de mercado são positivas e desafiantes, acreditando que “os edifícios novos de escritórios em fase de construção ou em pipeline, a concluir no final do ano e/ou início do próximo, deixam algum défice de atractividade para a captação da procura e instalação em grandes áreas. No entanto, a reabilitação de imóveis, com o intuito de suprimir as necessidades do mercado, terá a capacidade de contornar esta situação no Grande Porto, que necessita cada vez mais de edifícios alinhados com as necessidades das empresas actuais”, conclui.