Paredes de Coura: Casa do Outeiro vai ser uma Pousada Rural
O contrato de concessão para a reabilitação e exploração turística da Casa do Outeiro, em Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, no âmbito do Programa REVIVE, foi hoje assinado com a empresa AGNT – Gestão e Mediação. O investimento estimado rondará os 5,4 milhões de euros e o início de exploração previsto aponta para o início de 2024. O concessionário obriga-se, ainda, a pagar ao Estado uma renda anual de 19.801,00 euros pela concessão – Informa a Secretaria de Estado do Turismo.
Um exemplo de património nobre rural
O solar, enquadrado em meio rural, em Agualonga, é uma construção de tipologia seiscentista, ladeada de capela, e que combina modelos de raízes erudita e popular.
Apresentando um amplo corpo de construção de diferentes épocas, a sua arquitectura “vagueia pelo maneirismo, pelo barroco, e numa fase mais tardia, pelas linhas simples e direitas de finais do século XIX” – refere a descrição do REVIVE.
O imóvel, que terá tido como actividade predominante a função agrícola, face à extensão dos dois espigueiros existentes no terreno fronteiro à casa, pertence, actualmente, ao município de Paredes de Coura.
Um espaço de cultura
Manuel Murta, administrador da AGNT- Gestão e Mediação, referiu à Lusa, “Não queremos que seja só uma pousada, mas um espaço de dinamização cultural, artística, de encontro das várias linguagens do património e das artes da região, trabalhando em articulação com a agenda cultural da vila”, especificou.
O investidor brasileiro, a residir há sete anos em Lisboa, cidade que escolheu para fazer o doutoramento em museologia e a sócia, da área de conservação, “procuravam há algum tempo concretizar um projecto de valorização de património cultural e com grande potencial para dinamizar”
O historiador e gestor cultural “acompanhava o programa REVIVE, na tentativa de encontrar uma possibilidade”, que se concretizou agora em Paredes de Coura, envolvendo “todo o trabalho de restauro e, ao mesmo tempo, promover a dinamização cultural da região, com todas as suas referências imateriais, gastronómicas, o seu património natural e paisagístico”.
“O concelho de Paredes de Coura é passagem dos Caminhos de Santiago, na Galiza, e está próximo do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), em plena região transfronteiriça, de diálogo entre Portugal e Galiza”, referiu Marcelo Murta.
A “propriedade possui uma área total de 10.443,30 metros e uma área edificada de 2.353,54 metros, a que acresce ainda uma área de possível ampliação.
O REVIVE está vivo…
Até ao momento foram lançados concursos para a concessão de 24 imóveis no âmbito do programa lançado em 2016/2017. Até ao momento foram já adjudicadas 20 concessões, que representam “um investimento total estimado em cerca de 149,5 milhões de euros e rendas anuais na ordem dos 2,5 milhões de euros”.
Dois dos imóveis concessionados foram já reabilitados e encontram-se em exploração como unidades hoteleiras, o Convento de S. Paulo, em Elvas, e a Coudelaria de Alter, em Alter do Chão, a cargo do Grupo Vila Galé. Vários outros projectos estão em fase de processo de licenciamento ou execução de obra.
Segundo a Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, «estes números são evidências bem claras, não só do grande interesse por parte dos privados na recuperação e valorização destes imóveis localizados em espaços únicos que dispõem de um elevado potencial de atracção turística, mas também da confiança dos agentes na estratégia que estamos a seguir, bem como no futuro do sector, crucial para o desenvolvimento económico e social do país».
Novos concursos
Actualmente, está a decorrer o concurso para concessão do Hotel Turismo da Guarda, prevendo-se que seja relançado em breve o concurso para concessão do Colégio de S. Fiel, em Castelo Branco, e lançados novos concursos para concessão dos Fortes de S. João da Cadaveira e de S. Pedro, em Cascais.
O Programa REVIVE é uma iniciativa conjunta dos Ministérios das Economia, Finanças, Defesa e Cultura, com a colaboração das autarquias locais e a coordenação do Turismo de Portugal. O programa tem por base a requalificação e subsequente aproveitamento turístico destes imóveis históricos, actualmente sem utilização, através da concessão da sua exploração, por concurso público, a entidades privadas, para o desenvolvimento de uma atividade económica lucrativa com vocação turística e o reforço de atractividade dos destinos regionais, contribuindo para o desenvolvimento das várias regiões do país.
O Programa Revive foi lançado em 2016/2017 com 33 imóveis, tendo sido integrados 16 novos imóveis numa segunda fase do programa em 2019 e, pelo Despacho n.º 6124/2021 de 23 de junho, foram integrados 2 novos imóveis de um terceiro lote que deverá ser totalmente anunciado em breve – informa a nota da Secretaria de Estado do Turismo.
DI/Lusa