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Douro: Quinta da Vacaria vai ter adega e hotel 5*****

26 de março de 2021

A Quinta da Vacaria, uma das mais antigas propriedades da região duriense, (primeiro registo data de 1616), vai construir um Hotel de 5 estrelas e uma Adega, num investimento global de 10 milhões de euros. O projecto, segundo os promotores, permitirá criar 100 postos de trabalho.

Para o Presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua, José Manuel Gonçalves (PSD), presente hoje na cerimónia de lançamento da primeira pedra do Hotel Quinta da Vacaria, destacou a importância do investimento para a região porque vai “trair mais turistas” e “vai criar mais postos de trabalho”.

“Vai também criar uma nova centralidade no âmbito do turismo e do enoturismo e na nossa frente ribeirinha, desde o Moledo até Covelinhas, e que tem sido uma aposta do município para revitalizar e dinamizar a actividade económica”, salientou o autarca.

 

Hotel embutido na encosta

O Hotel Quinta da Vacaria resultará da reconstrução e requalificação de um edifício secular, que manterá a traça original em harmonia com apontamentos de contemporaneidade.

A futura unidade beneficia de uma relação privilegiada com o rio Douro, uma vez que o Hotel Quinta da Vacaria será voltado para o rio.

Implantada no Douro Património Mundial da UNESCO a adega vai ficar praticamente toda “embutida na encosta”, debaixo de vinha, e a unidade hoteleira de cinco estrelas nasce numa casa que remonta ao século XVII e que vai ser recuperada, mantendo a traça original.

Rui Quelhas, representante do investidor, que dos 100 postos de trabalho a serem criados, 60 serão no hotel e 40 na adega.

O responsável referiu que, no âmbito do projecto, vai ser também ser demolida a actual adega, localizada junto à estrada 313-1, construída em 1985 e que classificou como um exemplo do que “não se de deve fazer”.

 

Pareceres demoraram o projecto...

Rui Quelhas afrimou que construção deverá demorar um ano e meio a concretizar-se. A casa antiga vai ser remodelada, modernizada e será feito um aumento “de 20% sobre a área que existe" - disse.

O empreendimento terá capacidade para “60 a 90 hóspedes”, com todas as suítes e os quartos virados para o rio, duas piscinas, SPA com vinoterapia, hortas e uma capela do século XVIII.

A expectativa é que a adega esteja em funcionamento já na próxima vindima e ali conciliar-se-á a produção de vinho com o acolhimento de turistas e restauração.

Este projeto será complementado com outra unidade turística, a construir na Quinta dos Currais, localizada a cerca de 300 metros, numa quota superior.

Em curso está ainda a requalificação de vinha que, no total das duas quintas, ascende aos 44 hectares e tem uma produção média de 267 pipas de vinho.

Para Luís Pedro Martins, presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), este é um “bom exemplo da resiliência deste sector que consegue atravessar um ano de pandemia sem baixar os braços”.

Para além do “arrojo” de investir em tempos de covid-19, demonstra que o sector e a região acreditam “na recuperação” após “a apneia” em que se está neste momento.

“Todos nós acreditamos que resolvida a questão pandémica, vamos voltar a liderar. Estávamos a crescer 10% acima da média nacional no início de 2020”, salientou.

Porque o projeto está numa “zona sensível”, de Património Mundial e junto ao rio, Rui Quelhas referiu que, até ao arranque da obra, foram necessários quatro anos e pareceres da Direcção Regional da Cultura do Norte, Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e Infraestruturas de Portugal.

A propriedade é atravessada pela Linha Ferroviária do Douro e vai ser necessário proceder à construção de uma passagem inferior.

Lusa/DI