
Prémios internacionais de arquitectura para nova ala de Serralves e zona ribeirinha de Loures
A ala projectada pelo arquitecto Álvaro Siza para o Museu de Serralves, no Porto, e a requalificação da zona ribeirinha de Loures foram distinguidas nos International Architecture Awards/2025, do Chicago Athenaeum e do Centro Europeu de Arquitectura, Arte, Design.
A Ala Álvaro Siza foi premiada na categoria Museums and Cultural Buildings (museus e equipamentos culturais), e o projecto de requalificação de Loures, nos arredores de Lisboa, do atelier de arquitectura paisagística Topiaris, foi distinguido na categoria Urban Planning/Landscape (planeamento urbano e paisagem).
Nesta categoria foi também distinguido o projecto brasileiro do Parque Global, em S. Paulo, com assinatura dos ateliers Enea Landscape Architecture e Cardim Arquitetura Paisagística.
Serralves
A nova ala de Serralves, de autoria de Álvaro Siza, foi inaugurada em 2024, e ampliou o Museu de Arte Contemporânea de Serralves em 44% da área de exposição e 75% da área de reservas, segundo comunicado da instituição.
Sobre a ala, afirma a Fundação de Serralves estar “integrada de forma orgânica no Parque de Serralves”.
“Esta extensão acolhe um piso dedicado à Colecção de Serralves e outro inteiramente vocacionado para a arquitectura — um dos pilares estratégicos da missão da Fundação — reforçando o diálogo entre arte, arquitectura e paisagem”, lê-se no mesmo documento.
“A ampliação possibilitou ainda a incorporação de novos arquivos e depósitos, consolidando a missão de Serralves como espaço de preservação, investigação e divulgação da arte contemporânea e da arquitectura, em contexto nacional e internacional”, prossegue a instituição.
Para a Fundação, “esta distinção reafirma” o seu “compromisso com a excelência, reconhecendo a sua relevância enquanto instituição de referência na arte contemporânea, na arquitectura e na preservação do património”.
Frente ribeirinha de Loures
Sobre a frente ribeirinha de Loures, na sequência do Parque das Nações, em Lisboa, o júri dos International Architecture Awards destaca o objectivo de completar a continuidade do percurso intermunicipal, entre Lisboa a Vila Franca de Xira, num plano estratégico para uma via verde contínua ao longo da Frente Ribeirinha do rio Tejo.
A ligação das zonas urbanas, até então isoladas do rio por estradas e caminhos-de-ferro, estabelece um percurso que, de acordo com o júri, é uma importante infraestrutura de mobilidade, uma matriz de transportes diários, contribuindo para a redução das emissões de CO2 e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Cumprindo as normas de acessibilidade pedonal, tornou-se um percurso inclusivo e o local revelou “uma paisagem surpreendente: um mosaico de ecossistemas naturais juntamente com uma zona altamente urbanizada, embora inacessível”.
A poucos minutos de bairros densamente povoados, existem sapais e canaviais nativos, que sustentam uma rica flora e fauna, explica a organização referindo que, “por isso, está protegida por diversas legislações nacionais e internacionais, como Sítios de Importância Comunitária, Zonas de Protecção Especial e Reserva Ecológica Nacional".
Prémio para moradia unifamiliar
A Casa Souto, no Porto, um projecto do gabinete de arquitectura Ventura + Partners, de Manuel Ventura, foi distinguida com uma menção honrosa, na categoria dedicada a moradias unifamiliares.
De igual modo, receberam menções honrosas os projectos brasileiros Auka Inn, em Cairu, no estado da Bahia, do atelier FGMF, na categoria de hotelaria, e a Auris Residenze, em Santa Catarina, do arquitecto Marco Casamonti e do gabinete Archea Brasil Design de Interiores, na área residencial.
Uma distinção prestigiada
O júri dos International Architecture Awards/2025 foi constituído pelo historiador e crítico de arquitectura Almantas Samalavičius, professor catedrático na Escola de Arquitectura da Universidade Técnica de Vilnius Gediminas, na Lituânia, investigador associado e director do Instituto de Arquitectura, o académico Chiu Chen-Yum, investigador no Departamento de Arquitectura da Universidade de Bilkent, em Ancara, e na Universidade Técnica de Munique, o arquitecto e designer Flavio Mansoni, que obteve o grau de mestre honorário em "Letras, Filologia Moderna e Indústria Cultural", pela Universidade de Sassari em Itália, e o grau de mestre honorário em design pela Universidade de Florença, e por Sang Dae Lee, que em 2024 recebeu o Prémio Internacional de Arquitectura pelo seu trabalho inovador, e que actualmente lecciona na Kennesaw State University, na Geórgia, Estados Unidos.
Os Prémios Internacionais de Arquitectura, estabelecidos em 2004 pelo Chicago Athenaeum - Museu de Arquitetura e Design, com o Centro Europeu de Arquitectura, Arte, Design e Estudos Urbanos e a Metropolitan Arts Press, visam "homenagear os melhores e mais significativos novos projectos de arquitectura paisagista, urbanismo e edifícios, projectados e/ou construídos pelos principais arquitectos, paisagistas e urbanistas do mundo, actuando a nível nacional e internacional".