Portugal perdeu quase um milhão de crianças e jovens em 3 décadas

Uma análise dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), disponíveis no sistema de geomarketing Sales Index da Marktest e na sua aplicação web Municípios Online revela como, nos últimos 30 anos, o número de crianças e jovens até aos 24 anos diminuiu na generalidade dos concelhos do país.

No total, segundo a análise da Marktest, o país perdeu 990 mil crianças e jovens até aos 24 anos, passando de 3 milhões e 452 mil efetivos em 1993 para 2 milhões e 463 mil em 2023.

Apenas em 14 dos 308 concelhos do país este número de jovens é hoje superior ao observado em 1993, com esse aumento a ser superior, em termos absolutos, nos concelhos de Mafra, Sesimbra e Montijo.

Se se analisar a evolução do peso dos jovens no total da população residente em cada concelho, vemos que ele diminuiu em todos os concelhos do país, excepto em Aljezur.

Com efeito, as crianças e jovens com menos de 24 anos representavam 34,6% do total de efectivos populacionais em 1993, baixando essa proporção para 23,1% em 2023.

Este decréscimo relativo - adianta o estudo -  “foi maior nos concelhos de Vinhais, Mondim de Basto, Vila Pouca de Aguiar, Montalegre, Almeida, Murça, Valpaços, Vieira do Minho e Tabuaço, onde a proporção de crianças e jovens baixou mais de 50% face a 1993”.

O concelho de Aljezur, no Algarve, “foi o único a registar um acréscimo no peso dos jovens na sua estrutura etária, enquanto nos concelhos de Monforte e Arruda dos Vinhos a proporção de crianças e jovens teve um decréscimo abaixo dos 10% nestes 30 anos.”