Portugal é um dos mercados imobiliários mais dinâmicos da Europa
John McCoy, CEO da ProprHome, refere que Portugal é um dos mercados imobiliários mais dinâmicos da Europa mas admite que tem ainda muito para evoluir, sobretudo quando temos um salário médio mensal de 1.100 euros quando o custo médio de um quarto em Lisboa é hoje de cerca de 1.000 euros.
A ProprHome que acaba de ser lançada em Portugal, é uma plataforma que facilita a tecnologia blockchain, tendo inclusive uma parceria com a Ripple.
Em entrevista ao Diário Imobiliário, o responsável, salienta que Portugal e muitos outros países europeus enfrentam a sua própria crise de habitação. Acontece em Dublin, Londres, Paris, Berlim, mas para John McCoyem, é necessária uma grande governação para sair progressivamente dessa crise. Na sua opinião, o que vivemos aqui em Portugal pode ser evitado com uma nova mentalidade digitalizada.
O que traz a PropHome a Portugal?
Actualmente, Portugal é um dos mercados imobiliários mais dinâmicos da Europa. O mercado cresceu rapidamente na última década, com o interesse local e internacional a aumentarem. A saturação de agentes imobiliários também cresceu rapidamente: Portugal ocupa actualmente o primeiro lugar quando olhamos para os agentes per capita (580 por 100 mil habitantes contra uma média da UE de 136). Este facto, acompanhado pela falta de certificação, tornou o panorama difícil para todos. Por um lado, temos os clientes ansiosos por encontrar o melhor apoio profissional e, por outro lado, temos os profissionais desejosos de se diferenciarem num mercado saturado. A ProprHome está aqui para ajudar ambos as partes a envolverem-se com o apoio profissional certo, no momento certo.
O que irá distinguir a empresa e que inovações propõe?
A ProprHome diferencia-se por proporcionar condições equitativas para o mercado. Como é que fazemos isso? Simples, recompensamos os profissionais por introduzirem dados verificados, por produzirem conteúdos úteis e por receberem um excelente feedback dos clientes. Como é que os recompensamos? Com uma exposição premium, para que possam ser apresentados a clientes mais adequados na fase correcta da sua pesquisa e descoberta. A ProprHome também inovou noutras formas para melhorar a experiência geral do consumidor. Registamos todas as ofertas oficiais num registo público, criando um verdadeiro histórico de ofertas de cada casa. A ProprHome também estabeleceu uma parceria com a Vodafone para fornecer certificados de propriedade verificados que a Vodafone aceita para integrar novos clientes de serviços domésticos de forma mais eficiente. Mas o benefício mais inovador que a ProprHome traz para o mercado português é o ProprImmersive, um serviço de visualização gémeo digital para imóveis off plan, para que os consumidores possam não só experimentar casas não construídas de uma forma imersiva, mas também interagir com o agente de vendas e até reservar unidades em tempo real.
Quais as potencialidades do nosso país? Existe espaço para a PropHome?
Portugal é um país fantástico e o mercado imobiliário tem vindo a amadurecer muito na última década. No entanto, tal como muitas economias em crescimento, ainda há muito que podemos melhorar. A eficiência das transacções e do planeamento, por exemplo. Estamos numa altura em que os antigos processos de registo predial foram ultrapassados por soluções mais digitais. Quando o governo português adoptar estas novas formas de processar os pedidos de planeamento e de transacção, isso irá acelerar o crescimento do nosso mercado. Actualmente, Portugal e muitos outros países europeus enfrentam a sua própria crise de habitação. Vemos isso em Dublin, Londres, Paris, Berlim, mas em todos os casos é necessária uma grande governação para sair progressivamente dessa crise. O que vivemos aqui em Portugal pode ser evitado com uma nova mentalidade digitalizada. A ProprHome está aqui para fazer parte desta solução, permitindo que os compradores, inquilinos e proprietários de amanhã assegurem a sua futura casa de uma forma mais eficiente e segura.
Que desafios ou obstáculos encontram em Portugal?
Relacionado com a questão anterior, Portugal tem, como muitos dos seus vizinhos, um problema de processo no que diz respeito ao tratamento das transacções de terrenos e dos pedidos de planeamento. Se conseguirmos reduzir drasticamente o tempo necessário para obter uma autorização de planeamento. Se conseguirmos digitalizar as transacções de terrenos para podermos repatriar todas as propriedades abandonadas ou não utilizadas, então temos a oportunidade de reestruturar o acesso ao mercado para muitos. Para o conseguir, será necessário que os decisores políticos do país tenham uma visão de futuro. Será necessária alguma coragem para mudar, para melhorar a forma como todos nós vivemos, mas isso tem de começar um dia. Porque não hoje?
Como vê o futuro do mercado imobiliário português e a nível internacional?
Portugal é um grande país. Um país de que todos nos devemos orgulhar, mas não há como negar que ainda operamos de muitas formas antigas que dificultam a inovação para melhorar a vida das pessoas. Num mundo pós-covid, a palavra de ordem tem sido a transformação digital, mas esta parece ter-se aplicado mais ao sector privado do que ao sector público. Esta é certamente uma oportunidade para melhorar a forma como todos vivemos e trabalhamos. Também não devemos ignorar a preocupação com a acessibilidade económica que muitos em Lisboa enfrentam actualmente. Será correcto ter um salário médio mensal de 1.100 euros quando o custo médio de um quarto em Lisboa é hoje de cerca de 1.000 euros? Este problema é real e não está a desaparecer. Temos a responsabilidade, perante a sociedade, de nos envolvermos a nível comunitário para determinar a medida certa para rectificar esta situação antes que ela se manifeste em grandes problemas sociais.