Portugal continua a ser um mercado atractivo para os investidores internacionais

Estamos a uma semana da realização do maior encontro do mercado imobiiário em Portugal, o Salão Imobiiário de Portugal - SIL, que decorre de 4 a 7 de Maio de 2023, na FIL e promovido pela Fundação AIP. Esta edição do SIL decorre mais uma vez em simultâneo com a TEKTÓNICA – feira líder da construção em Portugal.

Co-organizado com a Câmara Municipal de Lisboa, o SIL afirma-se como o grande Marketplace do sector imobiliário em Portugal nas vertentes da promoção e da mediação de novos projectos imobiliários, sendo o ponto de encontro dos profissionais, investidores e de quem anda à procura de uma oportunidade no sector imobiliário.

Em entrevista ao Diário Imobiliário, Sandra Bértolo Fragoso, gestora do SIL, revela que apesar dos desafios com que se depara, o sector imobiliário continua a assumir uma postura interventiva, persistente e com uma grande capacidade de adaptação às exigências do mercado. 

A menos de um mês do SIL 2023 que balanço faz da adesão dos expositores?

Uma vez mais, o SIL realiza-se em simultâneo com a TEKTÓNICA, o evento líder da construção em Portugal. Na última edição, os dois eventos ocuparam 20.000 m2 com Exposição e Conferências, num total de mais de 200 expositores e mais 15.000 Visitantes. Nesta edição iremos ocupar cerca de 35.000m2, o que representa a ocupação de três pavilhões da FIL, o Auditório Multiusos, o PT Meeting Center e, ainda, uma área exterior.

Este ano já ultrapassamos todos os indicadores físicos das feiras, temos mais de 400 expositores e temos a expectativa de ultrapassar o número de visitantes, sendo o balanço francamente positivo.

O SIL representa o ponto de encontro entre expositores e os visitantes, o que proporciona uma participação activa na feira, quer através das conferências e quer no contacto directo com o mercado.

Que evolução encontra no mercado imobiliário do ano passado para este?

Apesar dos desafios com que se depara, o sector imobiliário continua a assumir uma postura interventiva, persistente e com uma grande capacidade de adaptação às exigências do mercado.

Actualmente, o mercado imobiliário enfrenta grandes desafios no contexto geopolítico actual. Somam-se as dificuldades que advém da guerra, tais como o aumento do preço dos materiais de construção, à escassez de oferta de habitação para a classe média, à elevada taxa de inflação, à subida das taxas de juros, e à consequente diminuição do poder de compra.

Neste momento o sector enfrenta o desafio da transição climática, o cumprimento de metas europeias, o desenvolvimento de soluções inovadoras criando uma construção mais sustentável, tendo assim as empresas que fazer uma adequação dos imóveis em termos de ESG e taxonomia da UE.

Nesse sentido é fundamental criar medidas que fomentem a construção de habitação acessível para todos. O mercado de arrendamento poderia ser uma alternativa, mas também aqui existe mais procura do que oferta.

Que novidades apresentam este ano?

Tratando-se do evento líder do Imobiliário em Portugal, o SIL tem uma grande responsabilidade neste sector. O SIL é, uma vez mais, o palco de apresentação de novos projectos imobiliários, serviços, novas soluções e ainda o local de debate e reflexão de temas actuais e emergentes, como por exemplo a falta de oferta de habitação, o aumento das taxas de juro, o investimento estrangeiro, o regime do licenciamento urbano, o mercado de arrendamento, a construção sustentável (ESG).

Assim, na programação do SIL estão agendadas conferências como o SIL CIDADES, onde será reflectida a importância inequívoca que os Municípios assumem na captação de investimento nacional e estrangeiro, sendo um importante motor do desenvolvimento económico e social.

O tema “Desafios da Habitação” também terá destaque numa conferência com espaço para a partilha de reflexões por parte dos responsáveis do poder local sobre o actual estado da habitação e do desenvolvimento urbano do país e do mundo.

De salientar ainda a “Conferencia SIL Investment Pro, powered by APPII”, que decorre durante os dois primeiros dias da feira - 4 e 5 de Maio - onde serão debatidos os grandes temas da actualidade do imobiliário pelos principais players do sector.

Pela primeira vez teremos, ainda, uma conferência organizada pela Wire demonstrando, assim, o papel diversificado e importante da mulher no sector imobiliário e na sociedade civil.

Relativamente aos Prémios SIL do Imobiliário, este ano reconhecem três categorias novas nomeadamente a categoria “Melhor Campanha de Lançamento”, a categoria “Inovação” e a categoria “Responsabilidade Social” - atribuir o melhor projecto imobiliário em prol de e para a comunidade (subcategorias - projecto, promoção imobiliária e mediação imobiliária). Mantêm-se as categorias “Construção Sustentável e Eficiência Energética”, “Melhor Empreendimento Imobiliário” (subcategorias - comércio, serviços e logística, habitação e turismo) e “Reabilitação Urbana” (subcategorias - habitação, turismo, espaços públicos, escritórios, comércio e serviços).

Os vencedores serão divulgados na Cerimónia de entrega de Prémios no dia 4 de maio, no SIL.

Têm muitos investidores e promotores estrangeiros interessados em vir ao SIL 2023? Como vê o investimento estrangeiro em Portugal mesmo com o fim do programa dos Vistos Gold?

O SIL tem uma grande responsabilidade no mercado imobiliário, não só a nível nacional, mas também no que ao internacional diz respeito. Por ser uma plataforma de excelência para a internacionalização do sector imobiliário, o SIL estabelece parcerias com os Salões congéneres internacionais entre os quais: EXPO REAL (Munique), Mipim (Cannes) e Moving to Portugal (Londres) – que têm incrementado a visibilidade ao SIL, potenciando a captação a vinda de investidores estrangeiros para Portugal. De referir ainda, o Salão Imobiliário de Paris “IN PORTUGAL” no qual o SIL participa ao nível da organização.

Mesmo com o fim do programa dos Vistos Gold, acredito que Portugal continua a ser um mercado atractivo para os investidores internacionais pelas características do nosso país nomeadamente o clima, a segurança e a hospitalidade.

Que produtos vão estar presentes nesta edição?

O SIL é uma mostra de soluções que vão desde activos imobiliários, a serviços, financiamento, entre outros. Para além da oferta em exposição, serão também conhecidos novos projectos através das candidaturas aos Prémios SIL do Imobiliário, tal como referido acima.

O SIL realiza-se simultaneamente com a Tektónica, o evento líder da construção em Portugal, o que tornará possível beneficiar das sinergias que existem entre os dois eventos, nomeadamente na apresentação de projectos imobiliários.

Qual a previsão do número de visitantes? profissionais e público em geral?

No ano passado, tivemos mais de 15.000 visitantes. Este ano prevemos ultrapassar esses números, com base nos dados do ano passado que demonstram que 82% dos visitantes do SIL afirmaram que valeu a pena visitar o evento e participar no “SIL Investment Pro”, enquanto 73% considerou a oferta variada e representativa.

Para esta edição vamos ocupar mais de 35.000m2 e o PT Metting Center, ultrapassando largamente os números de empresas presentes da edição anterior.

Considera que o momento que se vive no mercado imobiliário português tem influência no sucesso deste ano?

O sector imobiliário tem demonstrado resiliência prova disso é a forte adesão das empresas ao Salão Imobiliário de Portugal e a sua capacidade de se adaptar às novas exigências de que já falei.

Tal como referido anteriormente, o SIL é palco de um programa de conferências que foca as temáticas actuais e determinantes na evolução do mesmo e que conta com a participação dos profissionais, dos investidores, dos empresários, dos técnicos e dos organismos públicos, bem como dos parceiros estratégicos – APPII, APEMIP e a ALP.

O debate, as reflexões e a troca de experiências pelas empresas do sector, levam-nos a melhores e mais claras estratégias rumo ao futuro.

Quais as principais dificuldades que o mercado enfrenta neste momento?

O sector imobiliário e o da construção enfrentam grandes desafios com contexto geopolítico actual. Após superada a crise sanitária, surgem as dificuldades que advém da Guerra na Ucrânia que se reflete no aumento do preço dos materiais de construção, na escassez de oferta de habitação para a classe média, na elevada taxa de inflação, na subida das taxas de juros, e na consequente diminuição do poder de compra.

A ameaça ambiental é outra realidade e, nesse âmbito, a responsabilidade das cidades e o papel do imobiliário são determinantes. Assim, é muito importante caminhar para um futuro urbano resiliente e sustentável, com vista a cumprir os desafios da sustentabilidade e da habitação acessível. É fundamental que vão surgindo mecanismos como o Financiamento Sustentável, alinhado com os Princípios de Obrigações Verdes (Green Bond Principles) e com as Diretrizes de Obrigações de Sustentabilidade (Sustainability Bond Guidelines.

Estes e outros temas serão debatidos no âmbito do SIL. A exposição, as conferências, o network, o B2B e o B2C são meios de inquestionável valor que afinam processos e estratégias que conduzam a bons resultados.