É um verdadeiro luxo poder viver em Portugal
Filipe Lourenço, CEO da Private Luxury Real Estate garante que apesar da instabilidade que o sector vive, os resultados da empresa continuam a aumentar e o imobiliário de luxo continua a atrair investidores. Admite que se banalizou a palavra ‘luxo’ e acima de tudo, existe falta de critérios e de análises sérias do que é um imóvel de luxo.
Em entrevista ao Diário Imobiliário, admite, que se verifica uma procura muito interessante por parte de mercados como Estados Unidos da América, Brasil, países do Médio Oriente, e norte da Europa, assim como o crescimento da procura e preponderante importância de famílias e investidores nacionais. Salienta ainda que Portugal é reconhecido, neste mercado, pela qualidade de construção, materiais e acabamento, mas também pela oferta distinta, como palácios, moradias a escassos metros da costa ou apartamentos em edifícios e centros históricos, o que é muito valorizado.
Como se está a comportar o mercado de imobiliário de luxo em Portugal?
Na Private Luxury Real Estate (PLRE), continuamos a sentir o mercado imobiliário de luxo muito dinâmico.
Ainda que, ultimamente, o fluxo de potenciais clientes tenha diminuído ligeiramente, a assertividade na procura, a solidez financeira de investidores e famílias e o poder e rapidez de decisão são, em média, muito superiores, o que muito nos anima e permite continuar a crescer em número de transacções e volume de negócios.
De que forma o programa 'Mais Habitação' pode afectar este mercado, nomeadamente com o fim dos Vistos Gold?
Sentimos um impacto imediato após a saídas das primeiras notícias, que se consubstanciou num nervosismo de investidores e famílias estrangeiras, que repensaram os seus investimentos.
Alterar as regras um par de meses após a aprovação do Orçamento do Estado e estas notícias mais recentes de alguns aparentes recuos, causam uma grande incerteza e instabilidade, o que coloca o mercado português em desvantagem, face aos seus concorrentes do sul da Europa.
Já se sente uma menor procura por parte deste tipo de clientes, e a PLRE não assenta o seu modelo de negócio na procura activa de clientes Golden Visa.
Contudo, acredito que o impacto no segmento de luxo, no qual a PLRE trabalha, seja mínimo.
Que balanço faz do desempenho da Private Luxury Real Estate no último ano e perspectivas para este ano?
Desde que foi fundada, a PLRE teve sempre uma trajectória ascendente muito sustentada, particularmente neste últimos cinco anos, mesmo com a pandemia pelo meio. Crescemos sempre entre os 25 a 30% ao ano. 2022 não foi excepção e obtivemos um crescimento de 30%.
Números que nos animam, dão confiança e nos permitem crescer, como acabámos de fazer com a abertura de um escritório em Cascais e remodelação completa do da Avenida da Liberdade.
Qual o objectivo da parceria com o maior grupo francês especializado em imobiliário de luxo, Michaël Zingraf Real Estate?
O objectivo primeiro é o de amplificar a exposição internacional do vasto portefólio de imóveis de luxo singulares de que dispomos em Portugal. Depois, diversificar a oferta a clientes, com produtos de referência internacionais, o que a Michaël Zingraf Real Estate nos vem possibilitar, como nenhuma outra marca internacional.
Vivemos num mundo globalizado e sempre acreditei que parcerias estratégicas internacionais como esta nos podem elevar para um patamar diferenciado, proporcionando novas soluções aos nossos clientes.
Quais os maiores constrangimentos existentes no mercado imobiliário de luxo?
Identifico e sublinho dois. O primeiro, é a banalização da palavra ‘luxo’. O segundo, e acima de tudo, é a falta de critérios e de análises sérias do que é um imóvel de luxo, por parte da maior parte dos players a actuarem no mercado nacional.
Os consultores PLRE estão formados de forma a identificarem os vários requisitos necessários para que um imóvel possa ser classificado como de luxo, segundo os mais exigentes padrões internacionais.
Esse investimento de qualificação que fazemos, em formações nacionais e internacionais dos nossos consultores, não é seguido pela esmagadora maioria das imobiliárias, o que não abona em favor do segmento onde nos posicionamos. O mesmo poderíamos falar da falta de controlo e critério na contratação de profissionais para este segmento.
É crescente o interesse de estrangeiros por imobiliário português? O que procuram? que nacionalidades e perfil?
Sim, continuamos a ter uma procura muito interessante por parte de mercados como Estados Unidos da América, Brasil, países do Médio Oriente, e norte da Europa. Mas, gostava de sublinhar o crescimento da procura e preponderante importância de famílias e investidores nacionais.
A procura continua focada em moradias, penthouses, apartamentos familiares de grandes dimensões no centro de Lisboa e zonas históricas e centrais.
Como vê o futuro do imobiliário de luxo?
Muito risonho, devo dizer. Portugal é reconhecido, neste mercado, pela qualidade de construção, materiais e acabamento, mas também pela oferta distinta, como palácios, moradias a escassos metros da costa ou apartamentos em edifícios e centros históricos, o que é muito valorizado.
Acresce a localização estratégica na Europa, a facilidade de voar para qualquer parte do mundo, o clima a gastronomia, a diversidade cultural, a segurança, a hospitalidade...
É um verdadeiro luxo poder viver em Portugal.
Este conjunto de vantagens competitivas, face a outros mercados, não são replicáveis nem se esgotam, pelo que estou muito confiante de que o futuro será auspicioso.