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Portugal Desigual: novos dados sobre a pobreza no país

7 de janeiro de 2025

A pobreza e as desigualdades em Portugal diminuíram, mas a existência de 1,8 milhões a viver com menos de 632 euros por mês e o aumento da pobreza nos idosos são preocupantes - refere um estudo encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

O economista Carlos Farinha Rodrigues, autor do estudo Portugal Desigual, actualizou a informação nele constante com o fim último de obter um quadro abrangente e nítido sobre a actual situação social do país. Procurou igualmente obter resposta para pergunta-nos pertinentes que a todos nos deveriam preocupar: “Quão pobre e desigual é o país e como se compara com a Europa? Quais são os grupos sociais e regiões mais afetados? Qual o impacto das políticas públicas na redução da pobreza e das desigualdades?”, entre outras questões relevantes.

Segundo o economista do ISEG especialista em pobreza e desigualdade, os principais indicadores de pobreza e desigualdade em Portugal voltaram a um ciclo de queda: a taxa de pobreza passou de 17,0% para 16,6% e a desigualdade medida pelo coeficiente de Gini de 33,7% para 31,9%. É isso que revelam os dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, a partir do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2024 (ICOR).



“Esta evolução é claramente positiva, mas ainda insuficiente para compensar o agravamento da incidência da pobreza revelado no inquérito anterior (a taxa de pobreza foi de 16,4% em 2021)” - adianta o estudo. que refere:

“O facto mais saliente dos resultados do inquérito é a descida da incidência da pobreza das crianças e jovens, que caiu para 17,8%, o valor mais baixo desde 2003, ano em que se iniciou a publicação dos dados do ICOR.

Esta redução traduz-se igualmente numa queda de 2,5 pontos percentuais na taxa de pobreza das famílias com crianças, que baixou de 18,9% para 16,4%”.

Esta tendência possitiva não abrange no entanto todos os grupos sociais:

“Em sentido contrário, verificou-se um forte agravamento da taxa de pobreza dos idosos, que subiu quatro pontos percentuais passando de 17,1% em 2022 para 21,1% em 2023. Este facto não deixa de ser extremamente preocupante, mesmo que, como salienta o INE, possa ser explicado pelas alterações na metodologia de cálculo das pensões de velhice no ICOR 2024”.