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PS na Câmara de Lisboa exige auditoria externa ao sorteio anulado do 29º concurso do Programa Renda Acessível

Sede da Câmara Municipal de Lisboa, na Praça do Município.

PS na Câmara de Lisboa exige auditoria externa ao sorteio anulado do 29º concurso do Programa Renda Acessível

19 de junho de 2025

O PS na Câmara de Lisboa exigiu ontem uma auditoria externa ao processo de sorteio para a atribuição de casas municipais, após ter sido anulado o resultado de um concurso por incumprimento das formalidades regulamentares exigidas de transmissão pública.

Em causa está o sorteio do 29.º concurso do Programa Renda Acessível (PRA), que foi realizado na segunda-feira, quando o estipulado era que se realizasse na terça-feira, tendo sido “anulado em virtude de não terem sido cumpridas as formalidades regulamentares exigidas de transmissão pública, bem como de data e hora previamente anunciadas”, esclareceu a Câmara de Lisboa, liderada por PSD/CDS-PP.

A vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), determinou a abertura de “um inquérito interno para apuramento dos factos e de eventuais responsabilidades”, indicando que as conclusões dessa averiguação serão públicas, “assegurando-se, assim, a transparência de todo o processo, enquanto factor de credibilização da prática seguida até ao momento”.

Na sequência da anulação do sorteio realizado inadvertidamente na segunda-feira, “por razões técnicas”, segundo a informação prestada pela câmara aos candidatos do 29.º concurso do PRA, “será realizado um novo procedimento, cujo sorteio público ocorrerá no próximo dia 27 de junho, pelas 15:30, abrangendo o mesmo universo de concorrentes”.

Apesar de ter sido aberto um inquérito interno, a vereação do PS defendeu a necessidade de uma auditoria externa, por considerar “indispensável para a credibilização” da Câmara Municipal de Lisboa”, uma vez que depois de ter sido anulado o resultado de um concurso, que terá de ser repetido, “foram levantadas sérias dúvidas quanto à transparência e justeza dos procedimentos de sorteio”.



Em comunicado, a vereação socialista afirmou que “o que sucedeu no 29.º concurso do Programa Renda Acessível, para a atribuição de 133 casas municipais de tipologias T0 a T3, precisa ser urgentemente esclarecido, até para que não se repita uma situação que é inédita nos últimos longos anos”.

“Quase 20 anos depois do PS ter criado um regulamento municipal, com critérios objectivos e verificáveis, destinado a restaurar a credibilidade e a transparência na atribuição de casas, importa preservar esse capital de confiança duramente reconquistado e que não pode ser posto em causa pela leviandade com que este concurso foi gerido”, reclamou.

Os socialistas referiram ainda que esse esforço de credibilização “não é fácil” quando o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), em reuniões públicas do executivo municipal, “responde de forma reiterada aos munícipes que pedem uma casa dizendo-lhes para contactar os serviços ou a assessoria da vereadora, deixando entender que há uma solução para lá de um regulamento que depende da condição de recursos dos candidatos”.

A proposta do PS de uma auditoria externa pretende perceber o que falhou e o que pode ser melhorado, no sentido de garantir a idoneidade do sistema de atribuição de casas municipais e “que esta política central para a autarquia continua a ser gerida pelos rigorosos critérios de equidade que presidiram a todos os concursos até à data”.

“Só assim se salvaguarda e se repõe a confiança que não pode ficar comprometida por este episódio”, expôs a vereação socialista.

Na CML, a representação do PS é encabeçada pelo vereador Pedro Cegonho, desde fevereiro de 2025. En quanto que na Assembleia Muncipal de Lisboa, a liderança do grupo municipal do PS está a cargo de Manuel Portugal Lage.

Consultada pela agência Lusa, a plataforma ‘online’ Habitar Lisboa, que permite o registo do interesse dos munícipes no acesso aos programas de habitação do município, a submissão e gestão das suas candidaturas e a comunicação com os serviços onde decorrem as candidaturas, refere que o 29.º concurso do PRA, com 133 habitações, registou um total de 7.362 candidaturas.

Lusa/DI