PCP defende que acesso à habitação não se resolve com mexidas na taxa de esforço
O secretário-geral do PCP defendeu ontem que o acesso à habitação não se resolve com o aumento da taxa de esforço nos empréstimos, admitida pelo Banco de Portugal, mas sim com o aumento dos salários e das pensões.
“O Banco de Portugal parece que vai mexer na taxa de esforço para que seja possível mais gente aceder ao crédito, mas o problema de cada um de nós e do país não são as taxas de esforço – são o preço das casas e os vergonhosos lucros que a banca arrecada”, disse Paulo Raimundo Secretário-Geral do partido.
O líder comunista, que discursava na praia fluvial Olhos da Fervença em Cantanhede, no distrito de Coimbra, no convívio do Passeio das Mulheres CDU do Porto, salientou que o grande problema são os salários e pensões baixas, que “não conseguem resistir a estes aumentos brutais”.
O dirigente do PCP enfatizou que não se trata de “um problema de taxa de esforço: é um problema de salários e pensões baixas”.
“É isto que é preciso resolver e não andar com manigâncias, porque isso não resolve problema nenhum”, sublinhou Paulo Raimundo, referindo que o país precisa de colocar a banca “e os 10,7 milhões de euros de lucro por dia a pagar o aumento das prestações e das rendas”.
Na sua intervenção, o secretário-geral comunista reiterou sistematicamente que a medida “fundamental e urgente”, que dá resposta aos problemas decisivos que os portugueses enfrentam, passa pelo aumento dos salários e das pensões.
“A situação está difícil e sabemos por experiência própria a dimensão do problema que milhares de pessoas enfrentam face ao aumento brutal dos custos com a habitação”, frisou.
Segundo Paulo Raimundo, Portugal está perante “uma situação gravíssima, em que milhares de pessoas estão literalmente com a corda na garganta, a tentar fazer os possíveis e impossíveis pata tentar garantir aquilo que é o seu maior bem – a habitação”.
Lusa/DI