O mercado imobiliário no Grande Porto no pós-covid
O sector imobiliário atravessou nos anos transactos uma fase muito positiva, o que lhe permitiu dar uma resposta eficaz às inúmeras necessidades existentes. No Grande Porto, os operadores imobiliários estiveram alinhados de forma notoriamente consistente com a dinâmica geral instalada no país.
O TEMPO, essa variável fundamental nas actividades económicas, já vai longo desde o aparecimento do covid e o ano de 2020 está a esgotar-se. A crise pandémica, embora de momento se encontre mais atenuada, não nos larga há quase cinco meses. O impacto é pois mais profundo e duradouro do que se imagina e sobretudo do que se desejava. A tão esperada evolução em V, está para já a ser mais semelhante a um L de aba longa e não sabemos quando acontecerá uma metamorfose para um U.
Dito isto, hoje temos a certeza que o impacto real que a pandemia Covid -19 está a provocar na economia e na sociedade é muito profundo. O vírus continua a comportar-se como um visitante muito incomodo e desconhecido, não tendo permitido até á data à ciência dar respostas de tratamento adequadas. O futuro continua pois incerto.
Porém, face aos animadores resultados de controlo da pandemia entretanto verificados na região do Grande Porto , “ as coisas” voltaram a acontecer aos poucos. A procura no sector habitacional, esse eterno e consistente pilar do imobiliário, surgiu de novo e constata-se a concretização de novos negócios, mas de forma compreensivelmente tímida .
O sector do turismo “hibernou” e, enquanto não “ despertar do sono”, o impacto nos projectos imobiliários que de algum modo dele dependem, continuará a ser muito vincado .
O negócio imobiliário é de ciclo longo e de grande inercia, pelo que, a tendência natural dos promotores do Grande Porto tem sido protelar novos investimentos e procurar manter as frentes existentes, com um ritmo de desenvolvimento ajustado às circunstâncias.
É opinião quase generalizada no mercado, de que iremos assistir a esta conjuntura difícil e incerta até final do presente ano de 2020 e depois logo se verá, como é habitual dizer-se.
Se o TEMPO da crise não se prolongar de forma indefinida e se os promotores imobiliários forem capazes de apontarem para soluções que correspondam às novas tendências, haverá condições para que, quer na região do Grande Porto, quer no país, se retome a actividade no médio prazo de forma consistente. E o médio prazo poderá ser já 2021.
José Carvalho
CEO do Grupo Omega