É Natal em toda a Europa
O título que dá nome a esta crónica tem mais de 20 anos e surgiu na capa da revista do semanário Expresso em Dezembro de 1989 e reflectia o momento de felicidade e euforia que se vivia no Velho Continente, após a queda do muro de Berlim e o furacão que assolou os regimes socialistas para lá da Cortina de Ferro. Uma revolução popular, na maior parte dos casos pacífica, que abriu caminho à democracia na Europa do Leste e ao progressivo caminho realizado por estes países na adesão ao projecto europeu e, nalguns casos, à Aliança Atlântica.
No dia que escrevo estas linhas as diferenças entre 1989 e 2020 não podiam ser mais profundas e abissais. Porém, quero destacar aqui que, mesmo nos tempos de incerteza que vivemos, há a esperança de um 2021 melhor. As vacinas estão progressivamente a chegar e, com elas, a confiança de que todos vamos voltar a ter vida. Numa primeira fase ainda certamente com muitas cautelas e com hábitos criados que, acho que vieram para ficar: o cumprimento sanitário, a distância social, o uso da máscara, os hábitos (óbvios) de higiene e toda a panóplia de gestos e práticas que fomos forçados a fazer entrar na nossa rotina.
E se vamos debelar o vírus e, com este, a crise que pende sobre todos nós, quero acreditar que 2021 será, também por isso, um ano extraordinário, que nos irá fazer sonhar com tudo aquilo que 2020 podia ter sido e, infelizmente, não foi.
Em Portugal, tenho a certeza que, aos poucos, o turismo vai voltar e regressar aos níveis pré-Covid. Com o turismo regressará certamente o interesse estrangeiro em activos imobiliários, os investidores e os fundos (que, sejamos concretos, nunca deixaram de andar por aqui, à procura das melhores oportunidades). Chamem-me optimista, mas admito mesmo que a tendência de crescimento que se assistia em 2019 vai voltar. Rapidamente e em força.
Se assim for, o imobiliário tem de estar preparado para o que aí vem, respondendo aos anseios dos clientes e de quem nos procura para prestar um serviço de excelência numa área fundamental para a vida de qualquer pessoa e qualquer família. Sei que estaremos à altura deste desafio, até porque a exigência será ainda maior. Nos tempos que ainda faltam para chegarmos à situação ideal, desafio todos e cada um de nós a aproveitar a quadra festiva para reflectir como quer que seja o próximo ano.
Termino, não sem antes desejar a vós e às vossas famílias um Santo e Feliz Natal. Mesmo em adversidade e nos tempos estranhos que estamos a viver, saibamos relevar o que, de facto, é importante e fundamental.
Francisco Mota Ferreira
Consultor imobiliário