A propósito do programa 'Relançar' da APPII
A recente iniciativa da APPII - Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários parece-me oportuna, necessária e relativamente consensual, entre a maioria dos participantes na cadeia económica do negócio imobiliário. Parabéns à Direção e particularmente ao Hugo Ferreira, um dos mais recentes e ativos quadros do sector e um grande dinamizador do Mercado imobiliário. Não tendo por hábito alinhar pelo politicamente correto, gostaria de referir com agrado, que quanto à forma, organização e âmbito, a proposta me parece muito bem estruturada. Apenas um pouco tardia!. E explico:
As alterações de circunstância causadas pela pandemia e que motivaram esta importante iniciativa, já vêm de Março de 2020. E como tive oportunidade de assinalar num “post” publicado no “Linkedin” há já algum tempo, insurgi-me então, não pelas várias iniciativas já repetidas do Sr. Presidente da República, ao realizar frequentes visitas a empresas relevantes de outros sectores da economia, mas pelo facto de não ter visto incluído nessas iniciativas, uma visita sequer, às empresas da fileira do Imobiliário. Do mesmo modo e numa cadência frequente, o Primeiro Ministro tem recebido, e bem, algumas das várias Associações e Confederações Empresariais, tudo isto perante alguma passividade das Associações e Confederações que congregam os interesses dos “players” desta área.
Recordando a necessidade de um trabalho estatístico organizado, para melhor funcionamento da nossa atividade, que continua institucionalmente por fazer, mantenho a estranha sensação de não conseguir compreender, porque é que um conjunto de negócios, com uma contribuição estimada para o PIB Nacional de cerca de 15%, e com um peso aproximado de 10% na Contratação de Recursos Humanos, não tenham sido solicitados para as frequentes, formais e diversas visitas de trabalho do PR, nem para as reuniões em S. Bento, com o PM.
Conhecendo bem este importante mercado, constituído por muitas “quintas”, “feudos” e inúmeras idiossincrasias, perece-me ter chegada a hora da união de esforços de todos, numa convergência de interesses. E a iniciativa da APPII, forte pelo menos na aparência, deverá ser acarinhada por todos.
Gostava de ver menos “purismo” e menor individualismo de interesses dos empreendedores das várias subáreas desta promissora Fileira. Não haverá hotelaria, restauração, viagens, e toda a panóplia de negócios no turismo ou em outras áreas da economia, sem a presença incondicional da área imobiliária. Por isso estou já a imaginar ouvir, nos diretos das televisões e no final das reuniões de S. Bento, declarações impactantes dos representantes do Mercado Imobiliário, a par da legítima expressão de vontades da CIP, da CAP, da Confederação do Comércio, da Confederação do Turismo, etc,.
César M. S. Neto
Gestor, consultor e especialista em Negócios Imobiliários, Golfe-Prime Resorts-Turismo-Construção