A 'Bolha' vai rebentar em 2018?
Em 2017, os preços das casas em Portugal subiram de forma acelerada e atingiram um pico superior ao de 2009. Só no terceiro trimestre deste ano, apresentaram um aumento de 10,4% em relação ao mesmo período de 2016, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Nas habitações usadas foi de 11,5% e nas novas de 6,9%.
Apesar desta subida, os especialistas do sector negam qualquer semelhança a uma bolha imobiliária, justificando que se trata de um ajuste nos preços, que desceram vertiginosamente no período de crise (2010-2014). Referem ainda que não é em todo o país, nem em todas as zonas das cidades, que se verifica este aumento. Consideram que existe uma subida consideravel dos valores apenas em algumas artérias das cidades de Lisboa e Porto, superando muito a média do país. No entando, são nichos de mercado para um público específico, nomeadamente estrangeiro.
Mesmo assim, existem outros players que mostram preocupação quanto ao aumento rápido e significativo dos preços das habitações, sobretudo quando não é acompanhado pelo aumento de poder de compra dos portugueses. Verifica-se um desfasamento entre a oferta e a real procura e necessidade das famílias nacionais.
Na realidade, os preços que se espera que continuem a subir nas zonas mais procuradas, são motivo de alguma preocupação para 2018. Até mesmo o mercado internacional começa a estranhar estes valores, sobretudo quando alguma imprensa estrangeira já admite que o mercado residencial português apresenta preços ao nível da pré-crise.
Apesar disso, convém não esquecer que comprar uma casa em Portugal continua a ser muito mais barato que em qualquer outro país, sobretudo nas capitais europeias. Esse, é ainda o factor que nos distingue a nível internacional.
De facto, o mercado continua apetecível para os estrangeiros, no entanto, para a maioria dos portugueses o sonho de comprar uma casa fica adiado.
Fernanda Pedro
Directora do Diário Imobiliário