
Central Freixo, Porto
Num investimento de 200 milhões o Central Freixo com assinatura de Souto Moura vai mudar o Porto
Nos antigos terrenos da central termoelétrica da EDP, no Freixo — fechados e degradados durante décadas — vai erguer-se um dos maiores projectos imobiliários do Porto, com habitação, comércio, serviços e espaços públicos.
São mais de 56 mil metros quadrados a serem devolvidos à cidade, numa intervenção que reconcilia o passado industrial com uma nova visão de futuro para a zona oriental da cidade.
O nome Central Freixo não deixa espaço para dúvidas: o Freixo é o novo centro das atenções da cidade. Esta a visão partilhada pela Ginkgo Advisor, fundo de investimento europeu com vasta experiência na regeneração de solos urbanos em países como França, Bélgica e Espanha, e pela Emerge, empresa de desenvolvimento e promoção imobiliária do grupo Mota-Engil. Em conjunto, assinam aquela que será uma das maiores recuperações de território para uso público do país e um dos principais projetos imobiliários do Porto.
Investimento estimado de cerca de 200 milhões de euros
Com um investimento estimado de cerca de 200 milhões de euros, o Central Freixo irá transformar mais de 56.000 m² de território devoluto numa nova peça da cidade. A primeira fase do projecto contempla três edifícios com cerca de 14 mil m² de área edificada (66 apartamentos e espaços para comércio e serviços), organizados em torno de uma praça pública. Estão também previstas 10 moradias sobre o rio, inspiradas na arquitetura burguesa tradicional do Porto. Ao todo, a primeira de cinco fases prevê 57.384 m² de construção e 31.418 m² de áreas de cedência pública, abrindo à cidade um conjunto significativo de ruas, praças e espaços verdes até agora inacessíveis.
Souto Moura Arquitectos assina projecto
O projeto de arquitectura do Central Freixo, assinado pelo gabinete Souto Moura Arquitectos, define o rio como ponto de partida. “O tema deste fragmento de cidade é o rio. Tudo é feito em função do rio”, afirma o arquitecto Eduardo Souto de Moura, Prémio Pritzker e figura incontornável da arquitetura contemporânea.
“Chegar a este monte de pedra e fazer uma cidade, com miúdos a brincar, com gente a viver, é uma coisa comovente”, confessa. Por esse motivo, a intervenção respeita o relevo e a memória do lugar: muros antigos, ladeiras, casas assentes sobre estruturas de suporte, praças e veredas inspiradas no centro histórico do Porto. “Temos praças, temos jardins, temos alamedas como nas Fontaínhas”, descreve o arquiteto, acrescentando que este projeto “tem as condicionantes todas para ser bom, pedir mais é quase impossível”. “O sítio é este. A nova cidade do Porto vai ser aqui”, afirma.
A construção da primeira fase do Central Freixo deverá arrancar no final de 2025 e terá uma duração estimada de dois anos. A comercialização, que terá início no outono, contará com o apoio das consultoras Dils e Savills, parceiras para os mercados nacional e internacional.