Mercado imobiliário português deve criar condições para que 2023 não seja um ano de quebra de preços
Todas as medidas que visam apoiar os consumidores a suportar o aumento das taxas de juro serão importantes, admite Tomas Suter, Founding Member & Partner Mexto Property Investment, quer do ponto de vista dos portugueses que já possuem uma habitação, com recurso ao crédito à habitação com indexantes à taxa de juro euribor com juros variáveis, quer para os portugueses que pretendem adquirir novas casas.
O responsável afirma que a inflação continua a ser um dos maiores desafios com que o negócio da promoção imobiliária se depara. Esta problemática cria condições para que os intervenientes no processo da promoção imobiliária realizem ajustamentos e solicitem alterações a acordos realizados anteriormente, e, com isso, a existência de mais e novos produtos no mercado fica condicionada, o que consequentemente resultará no aumento dos preços.
Que balanço faz do mercado imobiliário de 2022?
Os dados que temos relativos a 2022 apontam para um ano melhor relativamente a 2021. Os preços do imobiliário mantiverem uma tendência de subida do preço do imobiliário, o que foi um reflexo de vários factores, entre os quais se destacam a falta de oferta de produto, o custo das matérias-primas e a procura, crescente, pelo mercado português de investidores nacionais e estrangeiros.
No entanto, o impacto da subida dos índices, associado às taxas de juro do crédito à habitação traz alguma preocupação ao mercado imobiliário, sobretudo àquele que tem como mercado-alvo a classe média. Durante o Verão de 2022, ocorreram já três aumentos das taxas de juro que visam fazer frente à crescente inflação dos preços quer na Europa, quer nos EU, o que poderá continuar a causar efeitos negativos nas empresas, famílias e Estados que necessitarão de mais liquidez para cumprir com as suas responsabilidades.
No mercado imobiliário de luxo, a performance manteve-se estável, com uma contínua procura estrangeira e com famílias a mudarem-se para os nossos centros urbanos.
O trabalho remoto que hoje muitas pessoas podem exercer, ajuda a que outras geografias sejam procuradas, como é o caso de Portugal que oferece infraestruturas, cultura, clima, segurança, entre outros fatores, que contribuem para uma qualidade de vida cada vez mais escassa no mundo.
No que se refere à Mexto, 2022 tem sido um bom ano, em que sentimos o mercado muito activo. Exemplos desta dinâmicos, são o Maison Eduardo Coelho, totalmente vendido, o projecto O’Living New Urban Residences que conta com mais de 50% das frações vendidas (trata-se de um projecto com 84 apartamentos direccionados para os portugueses), e o projecto Rodrigo da Fonseca Prime Residences, apenas com últimas unidades disponíveis.
Por outro lado, a aquisição de activos que a Mexto realizou ao longo de 2022 é também um sinal de que na Mexto, acreditamos que o mercado imobiliário manterá uma dinâmica de crescimento e Portugal continuará a ser um destino para muitos estrangeiros que procuram as características que o país oferece.
Quais os desafios que mais afectaram o mercado?
Este foi um ano que começou de forma inesperada. Quando todos pensávamos que o cenário de pandemia estava prestes a terminar, deparámo-nos com uma realidade na Europa da qual já muitos se tinham esquecido. A guerra na Ucrânia alertou tudo e todos para um risco difícil de ser gerido, e trouxe muita incerteza. Durante os dois primeiros meses de guerra, a gestão das empresas foi feita quase dia a dia, considerando inúmeros cenários. Naturalmente, a gestão da vida das pessoas também foi reconsiderada e a incerteza também as levou a equacionar decisões que estariam programadas para este ano. Uma das consequências deste cenário que agravou o sector e que é desafiante, é a inflação. A inflação continua a ser um dos maiores desafios com que o negócio da promoção imobiliária se depara. Esta problemática cria condições para que os intervenientes no processo da promoção imobiliária realizem ajustamentos e solicitem alterações a acordos realizados anteriormente, e, com isso, a existência de mais e novos produtos no mercado fica condicionada, o que consequentemente resultará no aumento dos preços.
O que se pode esperar para 2023?
A inflação é um dos temas centrais numa perspectiva para 2023. Este fenómeno, que sentimos no aumento dos preços, causado essencialmente pela grande subida dos preços da energia (transição energética e guerra na Ucrânia), e consequentemente pela subida dos preços de produtos e serviços, os apoios disponibilizados nas economias durante a pandemia e a crise sentida pela ruptura nas cadeias de abastecimento na China, obrigam-nos a todos a adaptarmo-nos uma vez mais. No próximo ano é expectável que o aumento das taxas de juro condicione a aquisição de novas casas visto que o processo de decisão poderá ficar adiado.
Todas as medidas que visam apoiar os consumidores a suportar o aumento das taxas de juro serão importantes, quer do ponto de vista dos portugueses que já possuem uma habitação, com recurso ao crédito à habitação com indexantes à taxa de juro euribor com juros variáveis, quer para os portugueses que pretendem adquirir novas casas. O mercado imobiliário português deve criar condições para que o ano de 2023 não seja um ano de quebra de preços. Na Mexto, continuaremos a desenvolver projectos onde o foco está em criar empreendimentos de elevada qualidade, projectos que tratamos como uma obra de arte, respeitando o passado e combinando o mesmo com o presente e o futuro, resultando projectos que cumprem com os mais altos padrões dos nossos clientes.